Binance e a declaração de Criptomoedas no Brasil

Entenda a responsabilidade dos investidores brasileiros e as novas exigências fiscais para 2025.
A Binance, uma das principais exchanges de criptomoedas no mundo, publicou recentemente um artigo esclarecendo as novas regras do Imposto de Renda para 2025 e a responsabilidade dos investidores brasileiros na declaração de seus criptoativos. A plataforma deixou claro que, sendo uma corretora estrangeira, não realiza o repasse automático de informações para a Receita Federal do Brasil (RFB). Assim, a responsabilidade sobre a declaração de ganhos e perdas de criptomoedas recai exclusivamente sobre os usuários.
A corretora explicou que, devido à sua natureza como exchange registrada fora do Brasil, não possui obrigação legal de enviar dados de transações para a Receita Federal. Por essa razão, a responsabilidade de cumprir as exigências fiscais, conforme a Instrução Normativa 1.888/2019, é do próprio investidor brasileiro, seja pessoa física ou jurídica.
Embora a Binance tenha revisado seu texto após sua publicação inicial, o portal Livecoins conseguiu salvar uma versão original que já esclarecia esses pontos. De acordo com a corretora, os investidores devem ser diligentes ao declarar suas criptomoedas e garantir que as transações realizadas na plataforma sejam registradas corretamente em suas declarações de Imposto de Renda.
A Binance ainda destaca que, até o momento, a Receita Federal do Brasil não divulgou o Guia de Perguntas e Respostas do Imposto de Renda Pessoa Física de 2024 (exercício 2025), o que pode levar a alterações nas diretrizes fiscais para o ano seguinte. A corretora também observou que as orientações sobre a declaração de criptoativos podem ser ajustadas conforme novos esclarecimentos sejam publicados pela Receita Federal.
Além disso, a Binance informou que, até que uma regulamentação definitiva seja estabelecida, a responsabilidade de registrar e reportar as transações é totalmente do investidor. A corretora aguarda a publicação de novas regras que detalhem a periodicidade, os tipos de transações e o formato de reportes exigido, mas enquanto isso, os usuários devem se atentar às obrigações individuais e cumprir as exigências fiscais por conta própria.
A plataforma também abordou uma importante questão sobre a tributação da variação cambial de criptoativos, agora incluída nas obrigações fiscais. De acordo com a nova normativa, os brasileiros que utilizam moedas estrangeiras como euro ou dólar nas suas negociações com criptomoedas precisam pagar impostos sobre a variação cambial dessas moedas, além do ganho de capital nas transações de criptoativos. Isso torna a tributação mais complexa, pois as flutuações do mercado de câmbio agora impactam diretamente as obrigações fiscais dos investidores.
Em relação ao ganho de capital, a Binance reiterou que os investidores devem declarar corretamente os lucros provenientes de transações, como compra e venda de criptomoedas, além de rendimentos de staking e outros tipos de ganhos. A corretora lembrou ainda que, apesar de não ser responsável pelo envio dessas informações à RFB, é fundamental que os investidores registrem detalhadamente todas as transações realizadas, com informações sobre os valores envolvidos, a quantidade de criptomoedas compradas e vendidas, e a origem dos recursos utilizados.
O artigo também tocou em pontos relevantes sobre a compensação de perdas e os diferentes tipos de tributação que podem ser aplicados aos criptoativos. A Binance explicou que a compensação de perdas pode ser usada para diminuir os impostos devidos sobre ganhos de capital, um ponto importante para os investidores que experimentam flutuações no valor de suas criptomoedas.
A corretora também fez um alerta sobre a responsabilidade de declarar todos os criptoativos, pois qualquer omissão pode resultar em multas e penalidades pela Receita Federal. A Binance reforçou a necessidade de os investidores brasileiros ficarem atentos às obrigações fiscais, pois as autoridades fiscais têm intensificado a fiscalização sobre os criptoativos, especialmente com a crescente popularidade e uso dessas moedas.
No caso da variação cambial, o guia esclareceu que o investidor brasileiro deve pagar tributos sobre qualquer variação no valor das moedas fiduciárias usadas nas transações de criptomoedas. Isso inclui o impacto de flutuações no dólar ou euro, por exemplo, em negociações realizadas por brasileiros em plataformas como a Binance.
Por fim, a corretora também se referiu à possibilidade de mudanças no futuro, caso a Binance passe a operar de maneira mais integrada com a regulamentação brasileira. Recentemente, o Banco Central do Brasil autorizou a Binance a adquirir a corretora nacional Sim; Paul, o que pode, em um futuro próximo, permitir que a plataforma passe a reportar movimentações de brasileiros diretamente à Receita Federal, de acordo com as novas exigências fiscais.
Enquanto isso, a responsabilidade continua a ser dos usuários, que devem garantir que todas as transações realizadas na plataforma sejam corretamente registradas e declaradas. A corretora orienta seus clientes a se manterem atualizados sobre as mudanças fiscais e a buscar as informações necessárias para garantir a conformidade com a legislação vigente.
Para mais detalhes sobre as novas obrigações fiscais, a Binance disponibilizou o conteúdo completo em seu site, com todas as orientações sobre como declarar criptoativos e cumprir as exigências da Receita Federal.
EUA estudam trocar ouro por Bitcoin

Proposta pode transformar os Estados Unidos na líder da economia digital global.
O governo dos Estados Unidos está analisando uma proposta revolucionária: utilizar uma parte de suas reservas de ouro para comprar Bitcoin. A informação foi divulgada por Bo Hines, diretor executivo do Conselho de Assessores sobre Ativos Digitais da Casa Branca, em uma entrevista no podcast Crypto in America.
De acordo com Hines, a ideia de converter reservas de ouro em Bitcoin seria uma estratégia “neutra em termos de orçamento”, com o propósito de fortalecer a posição dos Estados Unidos no crescente mercado de criptomoedas.
Essa proposta ganha destaque em meio a expectativas de novas ações de estímulo monetário por parte do Federal Reserve (Fed), que poderia reabrir as “portas” da liquidez, intensificando ainda mais os movimentos no mercado financeiro.
Nos últimos dias, com o preço do Bitcoin se mantendo em torno de US$ 85 mil, o mercado está de olho em uma possível ação mais ousada do governo americano. O retorno de Donald Trump ao centro das discussões sobre criptomoedas também impulsiona as especulações sobre o futuro da moeda digital.
Hines revelou que, caso a estratégia seja implementada, a venda de certificados de ouro do Federal Reserve poderia financiar a aquisição de uma quantidade significativa de Bitcoin. “Se conseguirmos concretizar os ganhos nas reservas de ouro dos EUA, essa será uma forma eficaz de adquirir mais bitcoins”, afirmou Hines.
Internamente, a proposta está sendo considerada junto com outras iniciativas que fazem parte da nova agenda digital de Donald Trump. O assessor explicou: “As melhores ideias serão colocadas em prática por Trump”, ressaltando o potencial de aquisição de 1 milhão de bitcoins.
Além disso, a proposta está alinhada com a reintrodução da Lei Bitcoin de Lummis, apresentada pela senadora Cynthia Lummis neste ano. Lummis, uma das maiores defensoras do Bitcoin no Congresso, tem se mostrado uma forte aliada do setor no processo de regulamentação da criptomoeda.
O projeto sugere a aquisição de 1 milhão de bitcoins, o que representaria cerca de 5% de toda a oferta global da criptomoeda. A compra ocorreria ao longo de cinco anos, com o financiamento vindo da venda de certificados de ouro do Federal Reserve.
Além de Hines, Donald Trump também participou recentemente de uma conferência sobre criptomoedas, na qual se comprometeu, por meio de uma mensagem pré-gravada, a transformar os Estados Unidos na “superpotência indiscutível do Bitcoin” e na “capital mundial das criptomoedas”. Para Trump, o setor de criptomoedas oferece uma oportunidade única de modernizar o sistema bancário, melhorar a privacidade e segurança dos cidadãos e abrir portas para um novo ciclo de crescimento econômico para os Estados Unidos.
Em outra frente, Trump também abordou sua ordem executiva que impede a venda de criptomoedas confiscadas pelo governo. A medida reforça a postura da administração de proteger e acumular esses ativos digitais para benefício do povo americano.
Em resposta, Bo Hines destacou: “Já passou da hora de nosso presidente começar a acumular ativos para o povo americano, em vez de retirá-los”, enfatizando a mudança na visão estratégica da Casa Branca sobre o papel do Bitcoin.
Se essa proposta for confirmada, ela representará um movimento histórico, colocando os Estados Unidos na vanguarda da economia digital e posicionando o Bitcoin como um ativo soberano. Esse movimento também sinalizaria uma mudança radical na forma como as grandes potências globais lidam com suas reservas e estruturam suas políticas econômicas de longo prazo.
XRP dispara e impulsiona criptomoedas após vitória judicial

Decisão da SEC de abandonar processo contra a Ripple reacende otimismo no mercado de criptomoedas.
O preço da XRP experimentou um aumento notável nesta quarta-feira (19), impulsionado por um marco jurídico importante para a Ripple, que teve repercussões significativas no mercado de criptomoedas.
Brad Garlinghouse, CEO da Ripple, foi quem divulgou a notícia que causou a reação positiva: a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) decidiu retirar o processo contra a empresa. Essa decisão gerou um clima de otimismo imediato, fazendo o preço da XRP disparar momentaneamente.
Desde março de 2024, a XRP tem se destacado como uma das criptomoedas mais favorecidas pela alta do mercado. Seu valor saltou de US$ 0,58 para US$ 2,52, um impressionante crescimento de 325% em menos de um ano.
Contudo, no início de março de 2025, a criptomoeda chegou a se aproximar da marca de US$ 3, mas passou por uma correção de curto prazo, recuando para US$ 2,32. Esse movimento de queda foi temporário, e com a notícia sobre a SEC, a recuperação foi rápida. O valor da XRP subiu novamente de US$ 2,23 para US$ 2,56.
Dados do CoinMarketCap mostram que, nas últimas 24 horas, a criptomoeda apresentou uma valorização de 14%. Porém, quando comparado ao Real, o ganho foi de 8%, com o preço da XRP alcançando R$ 14,00 por unidade, conforme informações da plataforma Mercado Cripto Livecoins. Essa valorização mais modesta se deve à recente desvalorização do Dólar, que atingiu seu menor valor nos últimos meses, cotado a R$ 5,68.
O confronto entre a Ripple e a SEC, que ganhou grande visibilidade no final de 2020, provocou uma queda considerável no preço da XRP. Naquele momento, várias corretoras decidiram deslistar a criptomoeda por temor de possíveis consequências regulatórias, o que agravou a situação de liquidez para os investidores.
Após anos de intensas disputas legais, a XRP agora respira aliviada. Com a possível retirada do processo pela administração do governo Trump, os investidores renovaram suas expectativas quanto ao futuro da criptomoeda. A possibilidade de um novo aumento expressivo, superando a máxima histórica de US$ 3,84, começa a ser novamente discutida.
Brad Garlinghouse aproveitou para compartilhar sua satisfação nas redes sociais. Em um vídeo de mais de quatro minutos publicado no X, ele afirmou: “O momento que esperávamos finalmente chegou. A SEC retirará sua apelação, representando uma grande vitória para a Ripple, para o setor de criptomoedas e para os mercados ao redor do mundo.”
Previsões do Standard Chartered agitam o mercado de criptomoedas

Bitcoin segue otimista, enquanto Ethereum enfrenta desafios com novas concorrentes.
O recente relatório divulgado pelo Standard Chartered, em 17 de março de 2025, gerou grande repercussão entre os investidores de criptomoedas, com foco no Bitcoin e Ethereum. Apesar das quedas no início deste ano, o estudo traz uma visão otimista sobre o futuro dessas moedas, especialmente até o final de 2025. O cenário, segundo a instituição financeira britânica, deve melhorar nos próximos anos, com a expectativa de uma valorização considerável no mercado de criptomoedas.
O Ethereum, uma das moedas digitais mais valiosas, foi um dos ativos mais impactados pela revisão das previsões. Inicialmente, o banco apostava em um preço de US$ 10 mil para o Ether, mas agora ajustou essa expectativa para US$ 4 mil. A mudança é um reflexo das condições atuais do mercado e dos desafios enfrentados pela rede Ethereum. Embora essa previsão ainda seja positiva, quando comparada ao preço atual de US$ 1.946,00, ela representa uma redução significativa em relação à estimativa anterior.
Essa revisão para baixo pode ser atribuída à competição crescente de outras blockchains que estão ganhando força no mercado. Uma delas é a Base, uma blockchain L2 (Layer 2) construída sobre o Ethereum. A Base tem atraído cada vez mais a atenção de desenvolvedores e investidores, criando uma alternativa mais eficiente e com custos reduzidos em relação ao Ethereum. Com isso, há uma redistribuição de valor do Ethereum para essas novas plataformas, o que enfraquece o papel dominante da rede.
Apesar de sua projeção de valorização mais modesta, o Ethereum ainda deverá experimentar um crescimento expressivo caso a previsão de US$ 4 mil se concretize. Isso representaria mais que o dobro de seu valor atual, mas ainda ficaria abaixo do pico histórico de US$ 4,8 mil alcançado em novembro de 2021. Essa alta, embora significativa, não seria a maior já registrada e mostra que o Ethereum ainda enfrenta desafios para superar suas máximas anteriores.
O Standard Chartered também prevê que, até 2027, a relação entre o Ethereum e o Bitcoin poderá cair drasticamente, chegando a apenas 0,015. Isso indica uma perda significativa de valor do ETH em comparação ao BTC, o que reflete um enfraquecimento da segunda criptomoeda em relação à crescente valorização do Bitcoin.
Enquanto o Ethereum enfrenta esses desafios, o Bitcoin mantém uma perspectiva positiva. O banco britânico não alterou sua previsão otimista para o BTC e, conforme foi indicado no final de 2024, ainda acredita que o Bitcoin pode alcançar os US$ 200 mil até o final de 2025. Esse valor representaria um crescimento substancial, considerando que o preço do Bitcoin, nesta segunda-feira, estava em torno de US$ 84.496,00.
Caso o cenário projetado pelo Standard Chartered se concretize, os investidores de longo prazo no Bitcoin podem se beneficiar de grandes lucros. No entanto, a volatilidade do mercado ainda gera incertezas, e muitos investidores continuam optando por vender no curto prazo, com receio de correções inesperadas nos preços.
No geral, o mercado de criptomoedas está em um momento de transição. O Bitcoin segue como uma aposta segura, enquanto o Ethereum enfrenta novos obstáculos, principalmente devido à concorrência crescente e à evolução das tecnologias. O futuro desses ativos continua a ser promissor, mas também incerto, com o ano de 2025 se apresentando como um período de grandes desafios e oportunidades para os investidores.
Hashdex propõe alteração em ETF de criptomoedas nos EUA para incluir mais altcoins

A modificação visa expandir o índice do fundo, oferecendo uma maior diversidade de ativos digitais, mas também traz novos riscos para os investidores.
A Hashdex, empresa brasileira, submeteu à SEC (Securities and Exchange Commission) dos Estados Unidos um pedido para modificar seu ETF de criptomoedas. A proposta visa expandir a composição do fundo, incluindo mais altcoins, com o objetivo de tornar o produto mais atrativo para investidores. A principal mudança, divulgada no dia 14 de março de 2025, é a substituição do índice de referência, que passará a ser o Nasdaq Crypto Settlement Price Index (NCIS), em vez do Nasdaq Crypto US Settlement Price Index (NCIUSS).
Com essa alteração, o ETF da Hashdex passa a incluir um leque maior de criptomoedas, ampliando as opções além de Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH). As novas moedas adicionadas ao índice incluem Solana (SOL), XRP Ledger (XRP), Cardano (ADA), Chainlink (LINK), Avalanche (AVA), Litecoin (LTC) e Uniswap (UNI). Essa mudança pode proporcionar uma melhor performance do fundo, ao capturar uma gama mais ampla de projetos, mas também traz riscos relacionados à maior exposição a altcoins com menos fundamentos consolidados no mercado.
O ETF alterado, chamado Hashdex Nasdaq Crypto Index US ETF (NCIQ), não será disponibilizado na bolsa brasileira, mas oferece uma alternativa para investidores que buscam diversificar sua exposição a criptomoedas de maneira regulamentada e acessível. A decisão da SEC sobre o pedido da Hashdex pode impactar o desempenho do ETF, influenciando sua precificação no mercado.
Apesar da possível volatilidade nos preços dos produtos, a inclusão de altcoins no novo índice gerou reações positivas de alguns projetos, como a Litecoin (LTC), que comentou publicamente a mudança em seu perfil na plataforma X, que conta com mais de 1 milhão de seguidores.
Investir em ETFs de criptomoedas oferece aos investidores a chance de se expor ao setor sem a necessidade de adquirir diretamente as moedas digitais, uma opção atrativa especialmente para quem deseja evitar os riscos e desafios da custódia e da negociação direta. No entanto, isso não elimina os riscos de mercado. A inclusão de altcoins pode aumentar a volatilidade do ETF, uma vez que esses ativos frequentemente apresentam um comportamento mais imprevisível e menos fundamentado em comparação com as criptomoedas mais estabelecidas.
Além disso, mudanças na composição do ETF podem alterar a forma como os investidores devem reportar seus ganhos à Receita Federal dos EUA (IRS). Com a expansão do índice, a tributação sobre os ganhos pode ser afetada, exigindo ajustes nos processos de declaração de impostos.
Outro ponto relevante são os custos operacionais e as taxas de administração. A ampliação do portfólio e a alteração da estratégia podem gerar despesas adicionais para a Hashdex, que, por sua vez, pode ser repassada aos investidores. Mesmo com esses desafios, a empresa brasileira segue atenta às novas oportunidades no mercado de criptomoedas, buscando sempre ajustar seus produtos para acompanhar as inovações e a evolução do setor.
Golpe do bilhete premiado usava criptomoedas para lavar dinheiro

“Lavagem Digital” investiga crimes financeiros e movimentação de criptomoedas.
A Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou, na quarta-feira (12), a operação “Lavagem Digital”, visando desmantelar um esquema criminoso que aplicava o golpe do bilhete premiado, utilizando criptomoedas para ocultar e lavar grandes quantias de dinheiro. Durante a operação, as autoridades cumpriram mandados de busca e apreensão em diversas cidades do Paraná, incluindo Rolândia e Londrina, além de realizar a prisão temporária de um dos envolvidos, que responderá por estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A investigação teve início em julho de 2024, após uma idosa de 81 anos, moradora de Florianópolis, cair no golpe e perder cerca de R$ 1 milhão. O valor foi movimentado de maneira complexa: R$ 550 mil foram transferidos por meio de banco, enquanto o restante foi entregue em joias. Para dificultar o rastreamento, os criminosos utilizaram contas bancárias de laranjas, convertendo o dinheiro em criptomoedas, que foram então enviadas para uma corretora na China.
A Polícia Civil constatou que o grupo movimentou, entre 2023 e 2024, aproximadamente R$ 55 milhões através de corretoras de criptomoedas. Os recursos circulavam por meio de empresas fantasmas e estavam diretamente ligados a atividades criminosas de grande escala, incluindo tráfico internacional de drogas e mineração ilegal de ouro, além de operações em áreas de fronteira e portos.
Além disso, os investigadores descobriram que os criminosos utilizavam cadastros falsos para abrir contas em plataformas de criptomoedas, dificultando ainda mais a identificação dos responsáveis e o rastreamento do dinheiro.
A prática de usar ativos digitais para ocultar a origem dos recursos ilícitos é uma tática comum entre organizações criminosas, que buscam lavar grandes somas e disfarçar seus fluxos financeiros.
Durante a operação, foram apreendidos 22 celulares, 8 computadores, 14 HDs, uma carteira física de criptomoedas (cold wallet), e diversos outros dispositivos eletrônicos, que podem fornecer provas adicionais sobre o esquema.
Além das apreensões, a Justiça determinou o bloqueio de até R$ 1 milhão nas contas dos suspeitos e das empresas envolvidas, bem como a indisponibilidade de imóveis e quatro veículos de luxo, incluindo um Mini Cooper S, uma BMW S 1000 R, um Audi A3 LM e um Jeep Compass Limited.
Um dos envolvidos segue foragido e já estava sendo investigado na operação “Emergentes”, que foi realizada no dia anterior (11) pela Polícia Federal, focada no combate ao tráfico internacional de drogas. As autoridades acreditam que o grupo faça parte de uma rede criminosa maior, que utiliza golpes financeiros para arrecadar dinheiro, que posteriormente é direcionado para financiar outras atividades ilícitas.
Os suspeitos enfrentam graves acusações de estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações continuam em andamento, com o objetivo de identificar outros membros da rede e recuperar os valores desviados. A operação contou com o apoio da Polícia Civil do Paraná, com o auxílio das unidades de Londrina e Rolândia.
Novas regras do Imposto de Renda 2025 afetam investidores de criptomoedas

Imposto de Renda 2025 e as novas exigências para declarar criptomoedas e ativos no exterior.
A Receita Federal do Brasil (RFB) anunciou, em uma transmissão ao vivo realizada nesta quarta-feira (12), as atualizações para o Imposto de Renda de 2025, com um foco significativo nas novas diretrizes que impactam diretamente os investidores em criptomoedas.
Uma das mudanças mais notáveis é a criação de um campo específico na declaração para registrar investimentos em criptomoedas e outros ativos adquiridos fora do país. Com a implementação da Lei 14.754/2023, torna-se obrigatória a declaração para os cidadãos que possuam investimentos no exterior.
José Carlos da Fonseca, auditor fiscal da RFB, explicou em sua apresentação os impactos da Lei 14.754. Ele detalhou que, antes dessa legislação, os brasileiros com investimentos fora do Brasil tinham que pagar impostos mensalmente. No entanto, com a nova lei, esse pagamento passa a ser anual, a ser realizado na declaração do Imposto de Renda.
Entre as mudanças destacadas, uma das mais relevantes é a inserção de um campo dedicado exclusivamente a criptomoedas na declaração. Fonseca explicou como funcionaria o preenchimento dessa nova seção: “Neste exemplo da ficha do PGP, que representa um criptoativo da Bulgária, é necessário informar o valor dos investimentos tanto no dia 31 de dezembro de 2023 quanto no dia 31 de dezembro de 2024. Novos campos foram adicionados para que o contribuinte possa informar se o investimento é uma aplicação financeira, lucro ou prejuízo, o imposto pago no exterior e, no caso de lucros ou dividendos, o imposto pago e o valor recebido.”
Além disso, Fonseca comentou sobre a automação do processo: “Ao preencher essas informações, o sistema automaticamente compila os dados dos investimentos no exterior e gera um demonstrativo detalhado, que inclui a apuração dos valores informados.”
Um exemplo prático foi dado para ilustrar: “No caso de uma aplicação financeira de R$ 10.000,00, com um imposto devido de 15%, ou seja, R$ 1.500,00, e um pagamento já realizado de R$ 2.000,00 no exterior, não há mais imposto a ser pago. Caso o pagamento tenha sido excessivo, isso precisa ser resolvido fora do Brasil, mas, aqui, consideramos apenas o valor que seria cobrado segundo nossa legislação, permitindo que o contribuinte abata o valor pago a mais.”
Fonseca também abordou outros exemplos apresentados durante a live: “No caso de lucros e dividendos, se o contribuinte recebeu R$ 30.000,00 e o imposto devido era de R$ 45.000,00, após o pagamento de R$ 1.200,00, parte da base de cálculo fica descoberta. Somando-se R$ 22.000,00 à base de cálculo, juntamente com os R$ 10.000,00 da aplicação anterior, o valor total é R$ 32.000,00, com um imposto devido de R$ 4.800,00, calculado a 15%.”
Em sua análise, o auditor também ressaltou que essas mudanças não afetarão uma grande parte da população brasileira: “Com menos de 5% das 40 milhões de declarações de Imposto de Renda no Brasil contendo rendimentos de aplicações financeiras no exterior, o impacto será baixo. No entanto, conforme a legislação exige, nosso sistema está preparado para processar essas informações.”
Estima-se, com base nos dados da Receita Federal, que aproximadamente 2,3 milhões de brasileiros realizam investimentos no exterior, considerando os 43,2 milhões de declarações feitas em 2024. Para o próximo ano, espera-se que o número suba para 46,2 milhões, mesmo com o aumento do limite de isenção, que passou de R$ 30.636,90 para R$ 33.888,00.
Além disso, a partir de 1º de abril, as criptomoedas também estarão inclusas na declaração Pré-Preenchida, junto com outros tipos de rendimentos. No entanto, é importante ter cautela ao utilizar esse serviço, pois ele pode apresentar erros e não ser totalmente preciso.
Binance irá recompensar investidores vítimas de fraudes

Investidores que tiveram prejuízos com fraudes de duas altcoins serão recompensados pela Binance.
A Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo em volume de negociações, confirmou que irá recompensar investidores que foram vítimas de fraudes de duas altcoins. De acordo com a exchange, foram descobertas duas fraudes envolvendo as altcoins GPS e Shell, em que market makers são responsáveis por dar volume e liquidez para negociações de investidores em plataformas, o que pode afetar no preço e volatilidade do mercado e das criptomoedas devido a manipulação de mercado.
“Com base nas descobertas da investigação sobre um dos criadores de mercado (o “Criador de Mercado”) para GoPlus Security (GPS), identificamos o projeto MyShell (SHELL) usando o mesmo Criador de Mercado. Devido à má conduta do Market Maker, com o propósito de melhor proteger os usuários da Binance, tomamos as seguintes medidas adicionais: 1- Desligado e proibido qualquer outra atividade de criação de mercado pelo Market Maker na Binance; 2- Receitas confiscadas do Market Maker com a finalidade de compensar os usuários pelo GPS e SHELL (o plano de compensação detalhado será determinado e comunicado pelos respectivos projetos em uma data posterior)”, diz o comunicado da Binance.
Diante do problema encontrado, a Binance informou que os market makers autorizados a atuar na plataforma devem seguir estritamente às regras existentes sob pena de banimento. Além disso, a exchange informou que irá tomar medidas extras para proteger seus investidores de market makers que estejam com intenção de manipular o mercado de bitcoin e outras criptomoedas. Por fim, a corretora agradeceu a compreensão dos usuários pelo transtorno ocorrido.
Bank of America pretende criar stablecoin

Criação de stablecoin de dólar é objetivo do Bank of America.
Um dos maiores bancos dos Estados Unidos, o Bank of America (BofA), está próximo de dar um passo importante nos seus negócios. A instituição financeira está determinada a criar uma stablecoin de dólar, sendo que apenas estão aguardando um sinal verde do governo norte-americano para prosseguirem com o projeto. Quem confirmou a informação foi Brian Moynihan, CEO do BofA.
“Está bem claro que haverá uma stablecoin, que será totalmente lastreada em dólares, algo que não é diferente de um fundo de mercado monetário com acesso a cheques, ou de uma conta bancária, na verdade. Então, se eles (governo) legalizarem isso, entraremos nesse negócio, e você terá uma moeda do Bank of America e um depósito em dólares americanos, e poderemos movê-las de um lado para o outro”, disse Moynihan à Bloomberg.
É importante destacar que a decisão tomada pelo Bank of America não é apenas para explorar o mundo dos ativos digitais. Na realidade, as stablecoins já representam 1% de todo M2 (papel-moeda + depósitos à vista) do dólar americano. Atualmente, o valor de mercado das stablecoins chega a US$ 221 bilhões (R$ 1,3 trilhão), sendo que a tendência é que haja um grande crescimento nos próximos meses e anos.
Caso se confirme a criação da stablecoin pela instituição financeira, o Bank of America será o primeiro gigante do ramo tradicional dos bancos a possuir uma stablecoin própria.
Bybit sofre ataque hacker e perde R$ 6,4 bilhões em Ethereum

Corretora de criptomoedas confirma falha durante migração de fundos e garante segurança das outras carteiras. ETH sofre queda após o incidente.
Na última sexta-feira (21), a corretora de criptomoedas Bybit, a segunda maior do mundo, foi alvo de um ataque hacker que resultou no desvio de 401.346 ETH, o equivalente a R$ 6,4 bilhões. A movimentação dos fundos foi rapidamente identificada por Whale Alert, que notou as transações a partir das 11h22 (horário de Brasília).
O ataque foi confirmado pelo CEO e cofundador da Bybit, Ben Zhou, que explicou em suas redes sociais que a falha ocorreu durante a migração de fundos para uma carteira quente. De acordo com Zhou, a transferência foi mascarada por um erro no sistema, em que a interface mostrou um endereço correto, mas o código assinado alterou o contrato inteligente da carteira fria, permitindo que o hacker assumisse o controle.
Estratégia de mitigação e segurança das demais carteiras
Após o incidente, Zhou garantiu que as outras carteiras frias da empresa permanecem seguras e que os saques estavam ocorrendo normalmente. Ele também anunciou que mais detalhes sobre o ataque seriam compartilhados à medida que novas informações surgissem.
Apesar do incidente, a Bybit afirmou que seus serviços permanecem operantes para todas as criptomoedas, incluindo Ethereum, e que as únicas interrupções ocorreram em redes que já estavam inativas antes do ataque.
O impacto no mercado e nas reservas da Bybit
A carteira afetada, que anteriormente armazenava cerca de 7,5% das reservas totais da Bybit, era responsável por aproximadamente US$ 1 milhão em ETH. O valor foi transferido para diversos outros endereços, incluindo a conversão dos fundos, o que gerou especulações sobre a natureza da operação.
Além de prejudicar a corretora, o ataque também afetou o mercado de Ethereum, fazendo com que o ETH perdesse cerca de 4,7% de seu valor. Antes do hack, o ETH estava operando em alta devido à resolução do processo envolvendo a SEC contra a Coinbase.
A Bybit, que segue em segundo lugar no ranking mundial de corretoras de criptomoedas em volume de negociação, continua sendo um player importante no mercado, mas este incidente ressalta a vulnerabilidade das plataformas e a necessidade de medidas de segurança mais robustas.