Strategy compra mais bitcoins e mantém liderança no setor

A Strategy segue acumulando criptomoedas mesmo enquanto outras empresas de tesouraria enfrentam grandes desafios no mercado.
A Strategy (NASDAQ: MSTR), liderada por Michael Saylor, anunciou nesta segunda-feira (15) a aquisição de 525 bitcoins ao longo da última semana. Com esse movimento, o portfólio da empresa chega a impressionantes 638.985 bitcoins, resultando em um ganho não realizado estimado em US$ 26,2 bilhões. O investimento recente foi realizado por cerca de US$ 60,2 milhões, com preço médio de US$ 114.562 por unidade, impulsionando um retorno acumulado de 25,9% em Bitcoin no ano de 2025.
Até 14 de setembro de 2025, os números detalham que os bitcoins adquiridos totalizam um valor aproximado de US$ 47,23 bilhões, com preço médio de US$ 73.913 por unidade. Além disso, documentos enviados à SEC mostram que a Strategy levantou fundos significativos por meio de suas ofertas de ações: US$ 34 milhões pelo STRF ATM, US$ 17,3 milhões pelo STRK ATM e US$ 16,9 milhões pelo STRD ATM, sem que houvesse emissão de ações ordinárias da MSTR nesta ocasião.
Essa abordagem consolidou a Strategy como líder no setor, concentrando 63,2% dos mais de 1 milhão de bitcoins mantidos por empresas públicas, evidenciando uma vantagem clara em relação às concorrentes. O modelo adotado pela companhia continua sendo visto como pioneiro, permitindo que a Strategy mantenha margem confortável para novos aportes, mesmo em um cenário desafiador para o setor.
Apesar disso, nem todas as empresas que adotam tesouraria em Bitcoin estão em situação favorável. David Bailey, CEO da Nakamoto/KindlyMD (NASDAQ: NAKA), destacou no sábado (13) que “todo o setor de tesouraria está passando por um grande teste”. Segundo ele, o mercado enfrenta problemas como financiamento tóxico, altcoins fracassadas rebatizadas como DATs e diversas companhias sem planejamento estratégico, o que tem confundido a narrativa sobre o segmento. “O próprio conceito de ‘empresa de tesouraria’ acabou se tornando ambíguo”, comentou Bailey.
O executivo ainda comparou o modelo tradicional com o novo cenário: “A empresa de tesouraria no sistema fiduciário é basicamente um banco. Hoje estamos construindo Bancos de Bitcoin. A estratégia central é desenvolver e monetizar seu balanço patrimonial. Quem fizer isso bem verá seus ativos crescerem; quem falhar acabará negociando com desconto e sendo absorvido por alguém mais capacitado.”
A volatilidade também se reflete no desempenho das ações. As da KindlyMD, por exemplo, caíram 55,6% nesta segunda-feira (15), após a liberação da venda de ações pelos investidores iniciais na sexta-feira (12), aumentando a oferta no mercado e derrubando o preço. Em relação ao pico de maio, os papéis acumulam queda de 96%. Além disso, várias empresas do setor operam com um ‘mNAV’ negativo, métrica que compara o valor de mercado com os ativos líquidos da companhia. Nesses casos, o valor da empresa fica abaixo do total de bitcoins em caixa, indicando fragilidade financeira.
Quando o mNAV é positivo, por outro lado, essas companhias conseguem diluir ações para comprar mais bitcoins — fenômeno conhecido como o “glitch do dinheiro infinito”, que potencializa a expansão de seus portfólios de forma estratégica.