Exportações para os Estados Unidos recuaram mais de 20%

Recuo de mais de 20% nas exportações para os Estados Unidos é reflexo do tarifaço aplicado por Donaldo Trump.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) divulgou no início desta semana os dados de exportações do Brasil para o exterior. De acordo com o ministério, as exportações para os Estados Unidos recuaram 20,3% no mês de setembro se comparado ao mesmo período do ano passado. A situação atípica ocorre em virtude do tarifaço aplicado por Donald Trump, presidente dos EUA, aos produtos brasileiros.
Ao todo, o país vendeu US$ 2,58 bilhões ao mercado estadunidense, contra US$ 3,23 bilhões no mesmo período de 2024. Já as importações dos Estados Unidos, em contrapartida, tiveram uma alta de 14,3%, de US$ 3,8 bilhões para US$ 4,35 na mesma comparação. Apesar dos números negativos, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirma que o tarifaço prejudicou mais a população norte-americana do que ajudou.
“O papel do Ministério da Fazenda e do Ministério do Desenvolvimento (Indústria, Comércio e Serviços – MDIC) é justamente oferecer os melhores argumentos econômicos para mostrar, inclusive, que o povo dos Estados Unidos está sofrendo com o tarifaço. Eles estão com o café da manhã mais caro, eles estão pagando o café mais caro, eles estão pagando a carne mais cara, eles vão deixar de ter acesso a produtos brasileiros de alta qualidade no campo, também, da indústria. Eles estão notando, de dois meses para cá, que as medidas mais prejudicaram do que favoreceram os Estados Unidos”, disse Haddad.
Se por um lado as exportações para os Estados Unidos diminuíram por outro o Brasil viu as exportações para outros mercados crescer significativamente. As exportações para Singapura subiram 133,1%, ou seja, US$ 500 milhões em relação a setembro do ano passado. Para a Índia, aumentaram 124,1% (US$ 400 milhões). Outros destaques foram Bangladesh (+80,6% ou US$ 100 milhões), Filipinas (+60,4% ou US$ 100 milhões) e China (+14,9% ou US$ 1,1 bilhão). As exportações para a América do Sul também cresceram, registrando uma alta de quase 30%.