Ela acredita ser a única tatuadora brasileira a conseguir esse documento

A brasileira Daniela Vasconcellos conseguiu o visto de “talento distinto” na Austrália, por se destacar na profissão. Esse é um dos vistos mais raros e ela é possivelmente a única tatuadora brasileira a conseguir. Ela conseguiu a residência permanente por sua excelência em fazer tatuagem.

Esse visto de “talento distinto” permite as pessoas que se destacam em suas profissões, obtenham moradia permanente no país. É válido também para artes, pesquisas e esportes.

“Foi uma grande vitória, fiquei muito feliz”, conta Daniela.

Segundo ela, não tem conhecimento de nenhuma outra pessoa a ter conseguido o documento, atuando na mesma profissão que ela. Ela possui 36 anos, é de Porto Alegre e mora há seis anos em Sidney.

O visto não foi fácil

Esse processo do visto, durou cerca de 2 anos e 7 meses, e que inicialmente foi negado pelo governo australiano. Daniela e sua advogada recorreram dessa decisão, e quando o documento finalmente foi aceito, veio com uma afirmação da juíza de que a brasileira é um “bem para a Austrália”.

Em outras áreas é bem mais fácil de conseguir o visto, como por exemplo no esporte. A brasileira afirma conhecer pessoas que conseguiram dentro de 6 meses.

“Esse visto representou toda uma luta de uma causa de uma profissão discriminada, que agora é vista como arte. Agora, o governo vê a tatuagem como arte”, relata a brasileira.

“Foram muitas provas – não é nada fácil. E, depois de um ano [do primeiro pedido], tive o visto negado”, diz. “Mas eu preenchia todos os critérios, por isso resolvemos insistir, apelar. Meu currículo eram mais de 50 páginas. No próprio tribunal, quando chegou no final da audiência, que durou duas horas, a juíza disse que não precisava mostrar mais coisa”, conta a brasileira, rindo.

Como conseguir

A brasileira contou que chegou a procurar dois advogados que nem sabiam que o visto existia, de tão raro que é esse documento. “Mandaram procurar um patrocinador ou casar”. Conta.

A lista de requisitos para conseguir o documento é grande: é preciso ter reconhecimento internacional na profissão (ela já viaja como tatuadora convidada ao redor do mundo), uma nomeação de alguém da área, ter entrevistas publicadas, premiações e usar seu trabalho para agregar algo ao lugar onde mora.

Além disso, também é preciso desembolsar cerca de 4.110 dólares australianos.