Telefonia 5G: A Guerra Fria do século 21
5G: A disputa pelo domínio da nova tecnologia de conexão móvel, gera caráter de Guerra Fria entre EUA e China
Nas últimas semanas vimos a tensão entre os governos Americano e Chinês. O veto do Governo Norte-Americano vai claramente além de questões tarifárias. O anúncio da possível seção do suporte aos smartphones Huawei por parte do Google, gerou inquietamente nos milhões de usuários da marca.
Bem como dito anteriormente, a atual crise entre os governos Chineses e Americanos vai muito além de um bloqueio, este é apenas a ponta do iceberg. A maior parte deste grande iceberg chama-se: 5G. A nova tecnologia para smartphones traz possibilidades que antes pareciam distantes. Carros autônomos, cirurgias à distância, fábricas robotizadas, tudo isso está mais próximo do que nunca.
Um
salto gigantesco para a humanidade
Como
dito por Cristiano Amon, presidente da Qualcomm, no recente congresso Mundial
de Celular (MWC19) em Barcelona “O 5G marcará o começo do que chamamos de era da invenção. É muito mais
profundo do que o que vimos antes com a adoção do 4G ou qualquer avanço
anterior. E não é um exagero. O 5G e a inteligência artificial significarão
bilhões de elementos conectados, enormes quantidades de dados, e todos eles na
nuvem. Mudará a forma de compartilhar arquivos, as compras on-line e a
reprodução de conteúdos”.
Logo, a tecnologia 5G permitir-nos-ia um avanço que há pouco tempo parecia algo
distante. Além de uma velocidade até 10x mais rápida, a nova tecnologia ainda
permitiria um maior número de conexões em aglomerados e um menor uso da bateria
dos dispositivos.
A contribuição do 5G aos veículos autônomos
A aparição de mais veículos autônomos seria uma das grandes contribuições
do 5G à humanidade. Com uma latência (tempo de recebimento e envio de resposta)
muito mais baixa que o normal, a tecnologia 5G tornaria os carros autônomos
ainda mais seguros. Vimos recentemente a provável diminuição dos preços da Uber
com carro autônomos, este futuro não está tão distante.
Por outro lado, o Governo Americano não vê a promissora tecnologia como algo
apenas benéfico. Além de deixar explícita a preocupação de manter as rédeas da
corrida, o Pentágono mencionou que o domínio da Huawei “traz consigo
implicações militares sérias”.
5G e a espionagem chinesa
Conforme expresso pelo Presidente Americano, o 5G é, na verdade, uma estratégia chinesa para o controle das informações do mundo todo. Informação esta negada diversas vezes pela empresa chinesa, que ainda mostrou-se disposta a disponibilizar acesso às suas redes para fins de investigação.
Quem realmente lidera esta corrida?
Como dito por Zhengfei para os jornais chineses “Nossas estações de 5G podem ser instaladas manualmente. Não é preciso
contar com torres e guindastes nem bloquear estradas para construí-las, já que
têm o tamanho de uma maleta. Por isso, é justamente o departamento do 5G que
tem sido alvo dos ataques dos EUA”. Além disso, afirmou que a
tecnologia chinesa está até 2 anos adiantada em relação aos seus competidores,
e que se tornará uma líder mundial.
Com uma tecnologia mais barata e avançada, Huawei detém boa parte do
mercado Europeu. Assim forçando-os a não se unirem ao bloqueio imposto, já que
o ato os atrasaria em uma aplicação da tecnologia 5G.
Ações chinesas perante o bloqueio
Como vimos, com a liderança da corrida, e um majoritário apoio Europeu, a China tem consigo diversas possibilidades de resposta. A opção que gera mais inquietamento para com os seus isoladores, é o desenvolvimento de um novo sistema operacional, este sistema que poderia desbancar o atual monopólio do Google. Além disso, a gigante chinesa pode interromper o fluxo de metais raros (essencial para telefones celulares).
Além da possibilidade de desbancar a Google, a empresa chinesa, se optar pelo desenvolvimento dos próprios chips de memória e processamento, contornaria a necessidade da compra dos mesmos de grandes empresas como: Intel, Qualcomm, Xilinx, Broadcom, Micron Technology e Western Digital, ou ARM. Tudo isso levaria tempo, mas se alcançado o sucesso, a empresa chinesa estaria pronta para bater de frente com qualquer gigante deste ramo.
Definitivamente, tanto o bloqueio, quanto a corrida pelo 5G, vão muito além que um mero anseio pelo aumento de velocidade de conexão. Em menos de 10 anos, o 5G será 15% das conexões globais. Porém, devemos esperar e ver quem vencerá a corrida.