Paulo Guedes é contra o furo no teto de gastos do governo
Mesmo que seja para garantir investimentos públicos no país, Paulo Guedes é contra o furo no teto de gastos do governo
O país vem vivendo um momento conturbado por conta da pandemia do coronavírus e não se tem uma perspectiva de melhora. Contudo, o governo federal precisa fazer investimentos, mas não terá o apoio do Ministério da Economia. O ministro Paulo Guedes é contra o furo no teto de gastos do governo. Este teto significa um limite estabelecido para que não haja o aumento de despesas no orçamento a ser elaborado para o ano seguinte.
O ministro da economia foi direto ao dizer que “não haverá nenhum apoio do Ministério da Economia a fura-tetos. Se tiver ministro fura-teto, eu vou brigar com ministro fura-teto”. Guedes ainda comentou que, por conta da pandemia do coronavírus, o Brasil teve que gastar mais dinheiro do que o previsto com a saúde. As declarações do ministro foram dadas em um encontro com o deputado Rodrigo Maia, que também defendeu esta linha de pensamento.
“Nossa decisão de estar aqui falando em conjunto é para mostrar para a sociedade brasileira, para o governo brasileiro, para o Legislativo brasileiro que nós queremos encontrar caminhos para melhorar a qualidade do gasto público, mas não será furando o teto de gastos. Não há jeitinho para resolver os problemas de gasto público no Brasil. Só tem um jeito, é reformar o Estado brasileiro”, afirmou o presidente da Câmara dos Deputados.
DEMISSÕES NO MINISTÉRIO DA ECONOMIA
Que Paulo Guedes é contra o furo no teto de gastos do governo já está claro, além disso, tem apoio do presidente da Câmara dos Deputados. Por outro lado, o ministério que comanda vem sofrendo com baixas nos últimos meses. As duas novas perdas do Ministério da Economia foram Salim Matar e Paulo Uebel.
O primeiro era o atual secretário especial de Desestatização e deixou o cargo, segundo Paulo Guedes, por conta da dificuldade nas privatizações. O segundo era secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital e, de acordo com o ministro, deixou o cargo por conta da demora na reforma administrativa.
“Houve uma debandada. O que ele – Matar – me disse é que é muito difícil privatizar, que o establishment não deixa haver a privatização, que é muito difícil, muito emperrado, que tem que ter apoio mais definido, mas decisivo. O secretário Uebel, a mesma coisa. A reforma administrativa está parada, então ele reclama também que a reforma administrativa parou”.
JetSMART pretende atuar no Brasil
Considerada empresa aérea de baixo custo, JetSMART pretende atuar no Brasil
A crise econômica causada pelo coronavírus vem assolando o mundo e os mais variados setores estão preocupados com a retomada da economia. Tanto no Brasil como no mundo, a aviação está sofrendo com a baixa demanda de voos, o que fez inclusive empresas aéreas entrarem com pedidos de recuperação judicial. No entanto, mesmo em meio a esses problemas, a JetSMART pretende atuar no Brasil.
A empresa chilena de baixo custo, mesmo em meio à crise, mantém suas expectativas fortes de abrir uma filial no Brasil. Contudo, mantém os pés no chão e espera que haja uma melhora no mercado aéreo brasileiro para que haja um investimento no país. Quem afirma isso é Estuardo Ortiz, CEO da empresa aérea.
“Porém, tudo depende de como a pandemia irá avançar e afetar a indústria”, disse Estuardo.
Aos poucos, a companhia aérea chilena vem em expansão e, por isso, a JetSMART pretende atuar no Brasil. Além da filial brasileira, a empresa de baixo custo também pretende operar na Colômbia. Recentemente, abriu uma filial no Peru com a intenção de operar voos regionais a partir de 2021. Já na Argentina, onde possui quatro aeronaves, adquiriu a operação da Norwegian Air Argentina.
Em relação ao Brasil, a JetSMART solicitou rotas ligando Santiago, capital do Chile, à Foz do Iguaçu, Salvador e São Paulo. Estas solicitações já foram aceitas e constam no Registro de Serviços Autorizados da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e a tendência é que as operações comecem em outubro. A companhia aérea chilena, a princípio, irá operar com aeronaves Airbus A320 que comportam 186 passageiros.
Banco Central anuncia nova redução Selic
Banco Central anuncia nova redução na Selic e alcança menor índice da história
Por conta da grave crise econômica que o país vem vivendo, Banco Central anuncia nova redução na Selic (taxa básica de juros). Assim, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central reduziu a taxa de juros em 0,25% e alcançou a marca histórica de 2%. Desde o início da série, no ano de 1996, este foi o menor valor alcançado pelo índice.
A decisão foi tomada pelos analistas de mercado e não houve divergência na hora de definir o assunto. A preocupação com a crise gerada pelo coronavírus influenciou diretamente para haver o quinto corte somente em 2020. Além disso, esta é a nona redução seguida desde outubro de 2016.
Futuros cortes ainda poderão acontecer, no entanto, a análise será mais aprofundada. Desta forma, deverão serem analisados os dados referentes a trajetória fiscal e a inflação do país. Em sua ata, o Banco Central explicou a possibilidade de nova redução da taxa de juros Selic.
“Apesar de uma assimetria em seu balanço dos riscos, o Copom não antevê reduções no grau de estímulo monetário, a menos que expectativas de inflação, assim como projeções de inflação de seu cenário básico, estejam suficientemente próximas da meta”, explicou o Banco Central.
Setor industrial apresentou crescimento
Setor industrial apresentou crescimento pela segunda vez seguida
Mesmo em meio à uma forte crise, o setor industrial apresentou crescimento pela segunda vez seguida. De acordo com os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção da indústria brasileira apresentou uma alta de 8,9% em relação a maio. Além disso, no mês anterior também havia sido registrado crescimento, porém de 8,2%.
Segundo as informações da Pesquisa Industrial Mensal, o crescimento atingiu praticamente todas as categorias que foram pesquisadas. Dito isto, é importante mencionar que duas categorias tiveram papel fundamental neste crescimento: a de veículos automotores, reboques e carrocerias e o setor de equipamentos de transporte. O primeiro mostrou um crescimento de 70% e o segundo um avanço de 141,9%, principalmente por conta da produção de motocicletas.
De acordo com André Macedo, um dos responsáveis pela pesquisa, é algo gratificante ver que o setor industrial apresentou crescimento. No entanto, os índices estão muito abaixo do esperado se comparado ao período anterior ao da pandemia do Covid-19. No ano, as perdas já alcançam o patamar de 10,9% e no período dos últimos doze meses a queda é de 5,6%. Se comparado ao mesmo período de 2019, houve uma retração de 9%
Fim da meia-entrada
Ministério da Economia apoia o fim da meia-entrada
A polêmica discussão sobre o fim da meia-entrada continua, mas desta vez o apoio é mais forte. Isto é dito, pois o Ministério da Economia se pronunciou a favor do fim do benefício. Assim, havendo a extinção da meia-entrada, eventos culturais, sessões de cinema, jogos de futebol, shows, dentre outros, não teriam ingresso pela metade do preço.
A Ancine (Agência Nacional do Cinema), promoveu uma consulta pública sobre a obrigatoriedade legal da meia-entrada e seu impacto no mercado. De acordo com a agência, quase metade da população brasileira tem direito ao benefício e isso vem impactando o setor. Para se ter ideia, quase 80% dos ingressos vendidos nas salas de cinema brasileiras são para beneficiários da meia-entrada. Além disso, houve uma queda de 30% para 21,7% na venda dos ingressos inteiros de 2017 até o final do último ano. As informações são colhidas através do Sistema de Controle de Bilheteria (SBC).
Marcos Lisboa, ex-secretário de Política Econômica e presidente do Insper, falou sobre o assunto.
“O Brasil tem há muitos anos essa prática de criar distorções, em que se oferece um preço diferente para um certo grupo, e o que acontece é que o custo tem que ser coberto e preço cheio acaba ficando muito maior. Se todo mundo paga meia, a meia vira a entrada cheia. Isso expulsa quem paga o preço cheio do mercado, e aí o preço tem que subir mais ainda. É um ciclo vicioso.”
Seguindo esta linha, a Ancine também falou sobre o tema. Além disso, afirmou que o benefício da meia-entrada deveria ser restrito a um número menor de pessoas. Assim, havendo menor beneficiários, o valor integral dos ingressos poderia baixar e alcançar um número maior de pessoas.
“Para ser efetiva, a política de meia-entrada deveria beneficiar um menor número de pessoas, pois, a proporção de ingressos com meia-entrada vendidos é essencial para o alcance dos resultados. Quanto maior a proporção de ingressos vendidos sob meia-entrada, menor é o impacto real sobre a população beneficiada e maior é o valor do ingresso da categoria inteira. Dessa forma, recomenda-se a revisão dos critérios hoje adotados para a concessão do benefício da meia-entrada, de forma a deixá-los mais restritivos e focados em critérios que levem em conta majoritariamente a renda dos beneficiários”.
Enquanto a discussão sobre o fim da meia-entrada continua, as pessoas seguirão com o seu acesso garantido. Atualmente, existem três leis à nível federal que garantem a meia entrada para estudantes, jovens de baixa renda, pessoas com deficiência e adultos com mais de 60 anos. Mas não é só isso, estados como Rio de Janeiro e São Paulo possuem leis estaduais que também abordam o assunto.
Economia dos Estados Unidos sofre queda histórica
Sob influência do Covid-19, economia dos Estados Unidos sofre queda histórica
Por conta da pandemia causada pelo Covid-19, economiados Estados Unidos sofre queda histórica. De acordo com o escritório de estatísticas econômicas (BEA), ligado ao Departamento de Comércio dos EUA, o PIB (Produto Interno Bruto) americano caiu 32,9% no segundo trimestre. Assim, alcançou a pior marca desde quando os dados começaram a ser analisados, em 1947.
Por outro lado, o número ficou abaixo do que os especialistas em economia haviam previsto, afinal estimavam que a queda poderia chegar a 34%. Ainda de acordo com os dados divulgados, o fechamento ou suspensão das atividades de comércio, bares, restaurantes, escolas e outros setores do tipo, afetaram o mercado. Segundo Victor Beyruti, analista da Guide Investimetnos, “o setor produtivo ficou muito debilitado, grande parte das empresas pararam de funcionar e tivemos a maior parte das demissões. Tudo isso acaba refletindo nesse trimestre.”
Brasil
Se a economia dos Estados Unidos sofre queda história, no Brasil as coisas também não andam bem. Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 62,4% das 2,8 milhões de empresas que estavam funcionando na segunda quinzena de junho foram afetadas negativamente por conta da pandemia. Assim, empresas de pequeno porte foram as que mais sofreram e sentiram o impacto gerado pelo caos do coronavírus.
Em relação ao território nacional, outro dado importante foi divulgado pela pesquisa do IBGE. As regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste foram as que mais sofreram com os impactos negativos. De acordo com o instituto, 72%, 65% e 63% das empresas dessas regiões alegaram problemas. Por outro lado, empresas das regiões Norte e Sul foram as que menos sentiram os problemas da pandemia ou afirmaram que as atividades seguiram normalmente.
Recorde no endividamento familiar
Brasil bate recorde no endividamento familiar e o percentual alcançado foi de 67,4%
O mês de julho não foi nada bom para as famílias brasileiras, afinal o país bateu o recorde no endividamento familiar. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A qual é responsável por realizar a Pesquisa de Endividamento das Famílias. O percentual alcançado foi de 67,4%, 0,3 ponto percentual a mais que junho e 3,3 se comparado ao mesmo período de 2019.
Os tipos de dívidas existentes são bastante variados, passando por dívidas de empréstimos, financiamentos de imóveis e até prestação de veículos. No entanto, o maior índice de débitos é referente ao cartão de crédito, onde 76% das famílias possuem dívidas.
Por outro lado, não foram apenas notícias ruins que foram detectadas na nova pesquisa. De acordo com as informações do CNC, o número de famílias que se declararam como muito endividadas caiu de 16,1% para 15,5% em relação a passagem de junho para julho. Além disso, esta foi a primeira vez que houve queda neste dado desde o mês de janeiro.
Dessa forma, a situação segue preocupante e isso atinge mais a população com rendas baixas. Nesta linha, de acordo com a pesquisa, ficou comprovado que houve alta no inadimplemento das famílias que recebem até dez salários mínimos. Pois, alcançaram a marca de 29,7% em julho. Entretanto, os números dos que ganham acima de dez salários mínimos melhoraram. Assim, foi registrada uma queda de 0,2% no inadimplemento, ficando em 11,2%.
Empresas não serão excluídas do Simples Nacional
Empresas não serão excluídas do Simples Nacional em 2020 mesmo estando inadimplentes
A crise econômica vem afetando o país e a boa notícia que chegou é que as micro e pequenas empresas não serão excluídas do Simples Nacional. Dessa forma, por conta da pandemia, a Receita Federal divulgou que os inadimplentes com o Simples não serão excluídos do programa em 2020. Então, a medida visa auxiliar os pequenos negócios em meio aos problemas enfrentados pelo coronavírus.
O pedido foi realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que foi atendido pelo fisco nacional. Assim, os pequenos empresários terão uma oportunidade para tentarem se reestabelecer após a crise. Então, segundo dados divulgados pelo Sebrae e pela FGV, a perda dessas empresas no período de pandemia chegou a 70% do faturamento normal.
Como as empresas não serão excluídas do Simples Nacional em 2020, a possibilidade de voltarem a ter seu faturamento habitual é grande. Ainda de acordo com as entidades, aos poucos a economia vem crescendo. Portanto, manter o regime que unifica a cobrança de tributos federais, estaduais e municipais num único boleto é fundamental para incentivar a retomada dos negócios de empresas de menor porte.
Confiança do consumidor teve alta em julho
Apesar de ainda estar abaixo do esperado, confiança do consumidor teve alta em julho
Mesmo ainda não tendo atingido o seu patamar ideal, o ICC, Índice de Confiança do Consumidor teve alta em julho. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o crescimento entre junho e julho alcançou a casa de 7,7%. Assim, numa escala que é medida entre 0 e 200, o índice atingiu 78,8 pontos, sendo a sua terceira alta consecutiva.
Apesar de ter tido um aumento no indicador durante a passagem do último mês para o atual, a perspectiva de melhora tem mais relação com o segundo semestre. Contudo, boa parte da população ainda segue insatisfeita com o momento vivido e com relação às suas finanças. Dessa forma, quem explica melhor a situação é Viviane Seda Bittencourt, pesquisadora da FGV.
“A confiança dos consumidores manteve em julho a tendência de recuperação, motivada principalmente pela melhora das expectativas em relação à economia. Mas, apesar de acreditar numa recuperação da economia no segundo semestre, o consumidor continua insatisfeito com a situação presente e ainda não enxerga a melhora de suas finanças pessoais no horizonte de seis meses. Sem prazo para terminar, a pandemia parece ter um efeito mais acentuado nos consumidores, que ainda se sentem ameaçados com desemprego e perda de renda nas empresas.”
Como já dito, a confiança do consumidor teve alta no mês de julho. Entretanto, o indicador ainda não alcançou o patamar de fevereiro, período anterior à pandemia causada pelo coronavírus.
Déficit histórico nas contas públicas
Grave crise causada pela pandemia fará com que 2020 tenha déficit histórico nas contas públicas
A crise econômica vem atingindo os mais variados setores e isso fará com que 2020 tenha um déficit histórico nas contas públicas do país. De acordo com o Ministério da Economia, o prejuízo deverá alcançar a casa dos R$ 787 bilhões. Assim, baterá o recorde de pior balanço desde que a série começou a ser analisada pelo Tesouro Nacional, em 1997.
Conforme dados divulgados no Relatório de Receitas e Despesas referente ao terceiro bimestre, os problemas gerados pelo coronavírus agravaram a situação das contas públicas. E, apesar do governo ter conseguido reduzir alguns custos, não será suficiente para conseguir ao menos empatar a diferença entre o que se arrecada e o que se gasta. Dessa forma, pela sétima vez consecutiva haverá déficit nas contas públicas.
Além disso, as perdas de receitas afetaram bastante a economia do país e isso ficou claro na fala de Waldery Rodrigues, secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia. Neste sentido, pode-se destacar redução das receitas com Previdência Social, devido, principalmente, à redução da massa salarial. Ainda, cabe destacar a perda na arrecadação de tributos federais, tais como os impostos de importação, sobre produtos industrializados e o Imposto de Renda. Repasses aos estados e municípios também entram nessa conta.
Produto Interno Bruto
Se por um lado 2020 fechará com déficit histórico nas contas públicas, as perspectivas referentes ao Produto Interno Bruto (PIB) tiveram uma leve melhora. Apesar de ainda ter um grande recuo, o PIB tende a fechar com baixa de 4,1%, o que é menor do que o previsto anteriormente. No entanto, a previsão do Ministério da Economia diverge do Boletim Focus e do FMI (Fundo Monetário Internacional), que estimaram perda de 5,95% e 9,1%, respectivamente.