Startup testa nanotecnologia para eliminação de remédios em cápsulas
A startup tem como intuito desenvolver uma técnica que seja capaz de eliminar cápsulas e produzir colírios que mesmo com as pálpebras fechadas possam ser absorvidos.
A tecnologia tem como objetivo auxiliar pessoas que tem dificuldade para engolir comprimidos. Poderá ainda, ser usada em cosméticos e suplementos. O interesse da startup de Ribeirão Preto se deu devido ao caso do aposentado Hélio do Nascimento, que precisou ser hospitalizado por ter se engasgado com um comprimido.
“Chegou a um ponto que a água voltava pela boca e pelo nariz. Fiquei internado por dois dias. Passei por um sufoco, pensei que não fosse sair daquele problema”, diz Hélio.
A startup tem como intuito desenvolver uma técnica que seja capaz de eliminar cápsulas e produzir colírios que mesmo com as pálpebras fechadas possam ser absorvidos.
Em parceria com o Hospital de Clínicas e a Faculdade de Medicina da USP, os pesquisadores utilizam a nanotecnologia para produzir remédios, sem que haja perdas à ação dos compostos farmacêuticos.
Entenda como funciona:
Em uma máquina de alta pressão, a molécula do princípio ativo reduz em um bilhão de vezes o seu amanho, possibilitando ser misturada no suco ou na água, auxiliando a ingestão pelo paciente.
“Um óleo nutriente, utilizado para prevenção de doenças cardíacas, a gente consegue solubilizar na água. Ele tem um tamanho de partícula bem pequenininho. Isso facilita a ingestão por crianças, idosos e outras pessoas que utilizam”, explica o farmacêutico Gustavo Cadurim.
A startup é financiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), e acaba de receber licença da Anvisa para desenvolver remédios, cosméticos e alimentos em versão nano.
“Ele facilita a ingestão por quem não consegue tomar as cápsulas oleosas, porque eles podem causar problemas na hora da deglutição. Com essa forma hidrossolúvel, a gente consegue colocar na água ou em qualquer outra bebida”, afirma.
Segundo o farmacêutico, a absorção das substâncias pode chegar a dez vezes mais que a obtida com ingestão de cápsulas.
Guilherme Spuri Bernardi, CEO da startup, afirma que processo de nanotecnologia deve baratear o custo dos produtos produzidos no Brasil.
“Esse investimento que está sendo realizado vai propiciar nossa indústria a trazer tecnologias que só existem lá fora, o que vai baratear o produto para o consumidor final, além de geração de empregos e impostos. É coisa que a gente deixa de importar para fabricar aqui”, diz.
Os pesquisadores alegam que a fabricação só utiliza produtos naturais, e, além disso, a tecnologia da miniatura ajuda a deixar o cheiro e o gosto dos medicamentos mais agradáveis.