Alimentos terão imposto de importação zerados
Visando combater a inflação, governo zera o imposto de importação de alimentos.
Já não é mais novidade que a população vem sofrendo drasticamente com o baixo salário e a alta dos preços de produtos e serviços. Por conta desta situação e visando combater a inflação, o governo federal anunciou que irá zerar a alíquota do imposto de importação de alguns alimentos. Além disso, dois insumos da produção agrícola também terão suas alíquotas zeradas ou reduzidas.
A decisão em zerar o imposto de importação de alguns itens alimentícios partiu do Comitê-executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex/Camex), do Ministério da Economia. Segundo Marcelo Guaranys, secretário-executivo da pasta, a medida visa diretamente tentar frear o grande avanço da inflação.
“Sabemos que essas medidas não revertem a inflação, mas aumentam a contestabilidade dos mercados. Então, o produto que está começando a crescer muito de preço, diante da possibilidade maior de importação, os empresários pensam duas vezes antes de aumentar tanto o produto. Essa é a nossa lógica com esse instrumento”, disse Marcelo Guaranys.
Para se ter uma ideia, a inflação acumulada nos últimos doze meses ultrapassou os 12%. Além disso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de abril, que mede a inflação oficial, fechou em 1,06%, sendo este o maior índice para um mês de abril desde 1996 (1,26%). Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Abaixo, confira a lista dos alimentos e insumos que terão suas alíquotas zeradas ou reduzidas:
- Carnes desossadas de bovino, congeladas (imposto era de 10,8%);
- Pedaços de miudezas, comestíveis de galos/galinhas, congelados (imposto era de 9%);
- Farinha de trigo (imposto era de 10,8%);
- Outros trigos e misturas de trigo com centeio, exceto para semeadura (imposto era de 9%);
- Bolachas e biscoitos, adicionados de edulcorante (imposto era de 16,2%);
- Outros produtos de padaria, pastelaria, indústria de biscoitos, etc. (imposto era de 16,2%);
- Milho em grão, exceto para semeadura (imposto era de 7,2%);
- Ácido sulfúrico para fertilizantes (imposto era de 3,4%);
- Mancozebe – fungicida (imposto era 12,6% e passou para 4%).
Preço do ovo sofre aumento
Em apenas um mês, preço do ovo aumentou 7%.
Já não é mais novidade que o preço da carne vermelha está cada vez mais alto, tanto que acumulou um aumento de quase 10% nos últimos 12 meses. Como consequência disso, a população brasileira vem buscando alternativas para o consumo de proteínas e o ovo passou a figurar com mais frequência no prato dos brasileiros. No entanto, por conta da sua procura, o seu preço passou a sofrer aumentos.
Somente no mês de março, o preço do ovo subiu 7% (16% nos últimos 12 meses) e isso acaba afetando principalmente as famílias de baixa renda. Isto é dito, pois não é somente o produto em si que sofre reajustes, mas seus derivados também. O pão, por exemplo, é outro quem tem chamado a atenção com seus constantes aumentos de preço e pode aumentar em virtude da guerra entre a Rússia e Ucrânia, pois os países são fortes produtores de trigo.
“Podemos esperar uma piora no poder de compra das famílias de baixa renda que irão reduzir ainda mais o consumo de proteína animal e irão perceber produtos derivados de ovo, como o pão, também aumentando o preço”, explicou o economista Eduardo Amêndola.
Inflação também é vilã
Outro ponto analisado para existir tamanha alta nos preços é a grande inflação que existe no país. Todos os setores estão passando por aumento nos preços e quem acaba sentido é a população. Segundo a professora Vivian Almeida, do IBMEC, no momento em que a população passa a depender de ovo como proteína animal, o próximo passo é passar a consumir produtos ultraprocessados, o que é muito ruim para a alimentação.
“Estamos num contexto de aumento de preços generalizado, de inflação. A ração das aves está mais cara, o local em que as galinhas são criadas está com um custo maior de manutenção. O combustível tão caro aumenta o custo no transporte. A cadeia produtiva toda é impactada. E o aumento do preço do ovo é um transbordamento. Ele é um alimento que está no final da cadeia. Depois que o consumidor chega a depender do ovo, só tem os ultraprocessados, que são opções ruins para a alimentação”, disse a professora.