Setor aéreo teve o pior ano de sua história
De acordo com o ANAC, setor aéreo teve o pior ano de sua história.
O ano de 2020 com certeza ficará marcado na história, afinal foi nele que estourou a pandemia de coronavírus, que dura até hoje. Além das vidas que foram perdidas, a economia acabou sendo duramente atingida pelos efeitos do Covid-19. Prova disso, é que o setor aéreo teve o pior ano de sua história, revelou a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Segundo a ANAC, para se ter uma ideia, o mês de outubro de 2020 registrou apenas metade do número de passageiros se comparado ao mesmo período de 2019. Além disso, no pior momento da crise para o setor, o recuo de passageiros alcançou a incrível marca de 94,5%, o que fez com que as empresas precisassem agir de maneira diferente para evitar prejuízos ainda maiores.
Para se ter ideia de como o setor aéreo teve o pior ano de sua história, temos o caso de duas concorrentes que se uniram para conseguirem gerar rendimentos. Grandes rivais no mercado aéreo brasileiro, Azul e LATAM assinaram um acordo de “code share”, ou seja, a realização de voos conjuntos. Este acordo, que foi fechado após uma reunião virtual entre os presidentes das companhias, foi crucial para a manutenção de algumas rotas.
“Não consigo imaginar, e duvido que a Azul imaginasse, um ‘code share’ entre Latam e Azul se não estivéssemos em uma crise como essa. Mas, neste momento, faz sentido, porque tanto eles como nós queremos vender mais e aumentar a receita. Se uma forma de elevar a receita é vender um voo operado por eles, tudo bem”, afirmou Jerome Cadier, presidente da Latam no Brasil.
RETOMADA ECONÔMICAPara André Castellini, sócio da Bain & Company e especialista no setor aéreo, “a crise cria uma deseconomia de escala. Voos que tinham um certo número de passageiros acabam não sendo mais viáveis. As empresas vão sair menores depois disso tudo. O mercado não vai se recuperar totalmente”. Enquanto isso, a ANAC prevê em retorno gradual do setor, mas irá alcançar o número de passageiros de antes da pandemia apenas em junho de 2023.
Latam Brasil entra com pedido de recuperação judicial
Empresa acumula dívidas de mais de R$ 7 bilhões
A crise econômica causada pelo coronavírus segue fazendo mais vítimas pelo mundo. Desta vez, a Latam Brasil foi a afetada e o acúmulo de mais de R$ 7 bilhões em dívidas. Com isso, fez com que entrasse com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Dessa forma, o CEO da empresa no Brasil, Jerome Cadier, falou sobre o assunto.
“Tomamos esta decisão neste momento para que a empresa possa ter acesso a novas fontes de financiamento. Estamos seguros de que estamos nos movendo de forma responsável e adequada, pois temos o desafio de transformar a empresa para que ela se adapte à nova realidade pós-pandemia e garanta a sua sustentabilidade no longo prazo.”
Os principais credores da Latam Brasil são empresas de leasing e bancos, mas não é só isso. Visto que, se foram contabilizados os créditos de passageiros que já pagaram por passagens e ainda não voaram, a dívida pode chegar aos R$13 bilhões. Mas, é importante frisar que a Latam Brasil corresponde a 50% de toda a operação do grupo. Portanto, é fundamental estar equilibrada financeiramente para manter as atividades.
A Latam Airlines e as subsidiárias de Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos já haviam solicitado a recuperação judicial no mês de maio. Além disso, o pedido também foi feito em solo norte-americano, pois baseiam-se na proteção da lei de falências dos Estados Unidos. Ao tudo, as dívidas do grupo Latam chegam a US$ 10 bilhões, poderá chegar a US$ 18 bilhões num futuro próximo.
LATAM Airlines entra com pedido de recuperação judicial nos EUA
Entretanto, pedido não envolve todas suas subsidiárias
Que os efeitos gerados pela pandemia do Covid-19 vêm assolando a economia não é mais novidade. Um dos setores que mais vem sofrendo com quedas é o da aviação. Nesta terça-feira (26), mais uma grande empresa aérea precisou tomar atitudes para conseguir superar as perdas causadas pelo coronavírus.
A Latam Airlines e suas subsidiárias no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos, entraram com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos devido ao impacto nas operações gerado por conta da pandemia. As afiliadas do Brasil, Paraguai e Argentina não estão inseridas no processo de reestruturação de dívidas.
“A LATAM Airlines Group S.A. e suas afiliadas no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos iniciaram hoje uma reorganização e reestruturação voluntária de sua dívida sob a proteção do Capítulo 11 da lei dos Estados Unidos, com o apoio das famílias Cueto e Amaro, e da Qatar Airways, dois dos maiores acionistas da LATAM. Diante dos efeitos da COVID-19 no setor mundial de aviação, esse processo de reorganização oferece à LATAM a oportunidade de trabalhar com os credores do grupo e outras partes interessadas para reduzir sua dívida, acessar novas fontes de financiamento e continuar operando, enquanto adapta seus negócios a essa nova realidade” – diz o comunicado emitido pela empresa.
Apesar de seguir com suas operações, a Latam viu cair drasticamente o número de vôos por conta do fechamento de fronteiras. Antes da crise, a holding brasileira-chilena operava cerca de 1400 voos diários para 26 países. Após o começo da pandemia a empresa chegou a reduzir em 95% as operações, tendo demitido uma grande quantidade de funcionários.
É importante lembrar que a Latam Airlines não foi a primeira empresa de aviação da América Latina a buscar amparo na legislação de falência dos Estados Unidos. Antes disso, a Avianca Holdings já havia solicitado a recuperação judicial.