Inflação atingiu todas as faixas de renda
De acordo com o Ipea, inflação atingiu todas as faixas de renda em março.
Os problemas gerados pela pandemia do coronavírus não se resumem em contagiados e mortes, afinal acaba respingando em outras áreas. O setor econômico é um dos que mais vem preocupando, pois se os mais afortunados acabam sentindo o impacto, o que dirá das pessoas de baixa renda. Para piorar a inflação atingiu todas as faixas de renda no mês de março, deixando a situação ainda pior.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), através do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, pelo segundo mês seguido foi registrado alta na taxa de inflação para todas as faixas de renda. Apesar de atingir todos os grupos, alguns acabaram sentindo mais o impacto do que outros, sendo que os números mostram exatamente isso.
Em março, as famílias mais atingidas foram as de renda média e média alta. Na primeira delas, onde a média salarial é entre R$ 4.127,41 e R$ 8.254,83, a inflação de fevereiro para março passou de 0,98% para 1,09%. Já no segundo, onde os vencimentos giram entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66, a alta foi de 0,97% para 1,08%. No entanto, não significa que as famílias de renda mais baixas passassem batidas.
Vilão da inflação
Assim como no mês que sucedeu março, foi o setor de transportes que influenciou no aumento da inflação para todas as faixas de renda. O grande aumento dos combustíveis, de mais de 11%, atingiu diretamente as famílias mais abastadas. Por outro lado, a alta nas tarifas de ônibus urbano e trens impactaram diretamente no orçamento de famílias de rendas pequenas. Um ponto que chama a atenção é que passagens aéreas e o os transportes por aplicativos apresentaram queda 2% e 3,4%, respectivamente, em seus preços.
“Quando o combustível aumenta, sempre a inflação dos mais ricos acaba sendo mais afetada, porque esse grupo consome mais do que as famílias mais pobres, que também sofrem impacto, mas em proporção menor. Teve o aumento de combustível maior nas faixas mais altas, mas nas mais baixas também sofreram com a alta do trem e do ônibus urbano. A classe mais alta, de alguma maneira acabou tendo a inflação amenizada porque apesar do aumento de combustível teve queda de passagens aéreas e transporte por aplicativo. Essas duas quedas acabaram atenuando um pouco a inflação de renda mais alta. O transporte afetou todo mundo, mas dentro do segmento cada item afetou cada família de forma diferente”, disse Maria Andréia Lameiras, do Ipea, em entrevista à Agência Brasil.
Mês de maio registrou alta nos investimentos se comparado a abril
Contudo, o crescimento não foi capaz de superar às perdas dos meses anteriores
A pandemia gerada pelo coronavírus acabou afetando o mundo de maneira bastante séria. Além das vítimas que foram infectadas, a economia também sofreu um grande impacto. Entretanto, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o mês de maio registrou alta nos investimentos no Brasil. Ao menos foi isso que mostrou o indicador econômico de Formação Bruta de Capital Fixo.
Se comparado a abril, maio registrou um crescimento de 28,2% nos investimentos. Apesar de mostrar uma recuperação nos investimentos, este crescimento não foi capaz de superar as perdas de março (13,4%) e abril (27,5%). Em relação aos últimos doze meses, houve uma diminuição de 2,8% nos investimentos. Já em relação ao mesmo período de 2019, a queda alcança 19,6%.
Ainda segundo os dados divulgados pelo Ipea, alguns setores contribuíram bastante para haver esse crescimento de maio em relação a abril. De acordo com o instituto, os investimentos nos setores de máquinas e equipamentos tiveram um crescimento de 68,7%. A produção de bens nacionais e o ramo da construção civil também tiveram altas, alcançando 22% e 14,1%, respectivamente.
A Inflação subiu em dezembro, principalmente em alimentos
O aumento que mais impactou em todo o país foi o da carne de 18,1%, em todas as classes
Nesta última terça-feira, foram publicados os dados do aumento da inflação no Brasil, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A classe de renda mais baixa do país é a que mais sofreu com o aumento da inflação, por conta de 97% da variação dos preços do mês de dezembro. A classe de renda mais baixa recebe até R$ 1.643,78 por mês.
Com a inflação, o aumento que mais impactou em todo o país foi o da carne de 18,1%, em todas as classes. Mas, além dela, os Tubérculos aumentaram cerca de 6,4%, os cereais foram 6,4%, as aves e também os ovos tiveram aumento de 4,48%, sendo assim os produtos que mais encareceram no bolso das famílias mais pobres.
Já para as famílias mais ricas do Brasil, na qual possuem salários acima de R$ 16.442,40 por mês, o que mais encareceu com a inflação, foi o reajuste nas passagens aéreas, com cerca de 15,6%. Mas, além disso, também tem os combustíveis, com cerca de 3,57% em dezembro.
No entanto, o que teve um alívio de inflação para toda as faixas de renda foi o valor da energia elétrica, que sofreu uma queda de 4,24% em dezembro.
Ipea:
“No balanço do ano, as famílias mais pobres apresentaram uma inflação levemente superior à registrada pelo segmento mais rico da população, influenciada, sobretudo, pelos aumentos dos alimentos no domicílio (7,8%), energia elétrica (5%) e do ônibus urbano (6,6%). Em contrapartida, a inflação do segmento mais rico foi impactada com maior intensidade pelos reajustes dos combustíveis (5,2%), dos planos de saúde (8,2%) e das mensalidades escolares (5%)”, informou.