Frigoríficos podem fechar as portas no Mato Grosso
Por falta de matéria-prima, frigoríficos podem fechar as portas no Mato Grosso.
Já não é mais novidade que a inflação vem tomando conta do país, além disso, o Real está cada vez mais desvalorizado perante o dólar. Isso acaba afetando diretamente o mercado interno, tanto que frigoríficos podem fechar as portas no Mato Grosso por falta de matéria-prima. A informação foi divulgada pelo Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Mato Grosso (Sindifrigo-MT).
De acordo com o Sindifrigo-MT, a menor oferta de gado tem prejudicado principalmente os frigoríficos de menor porte, que vendem para o mercado interno e têm menor capacidade de absorver altas de preços dos bovinos. Isso faz com que a falta de gado para abate possa fazer com que frigoríficos acabem fechando as portas no Mato Grosso, estado da maior produção de carne bovina do país.
Em 2020, as 33 industrias frigoríficas do Mato Grosso operaram apenas 58,57% da capacidade de abate, sendo que a quantidade de animais abatidos caiu de 5,3 para 5,1 milhões. Por outro lado, o faturamento aumentou 45%, o que mostra que o valor do gado tem subido cada vez mais. Por conta da alta do dólar, tanto animais vivos como a própria carne são enviadas para o exterior, o que prejudica o mercado interno.
“Mesmo com a redução no número de abate, a arrecadação aumentou em 45%, em decorrência dos preços maiores. Bons números a serem comemorados, se não fossem os problemas que atingem a indústria no Estado”, disse o presidente da Sindifrigo-MT, Paulo Bellincanta.
Falta de gado
Conforme nota divulgada pela Sindifrigo-MT, a falta de cabeças de gado também influencia diretamente na alta dos preços. Isso faz com que a concorrência entre as industrias seja ainda maior, o que faz com que os preços se elevem. De acordo com as informações divulgadas, o abate de matrizes e novilhas nos últimos anos acabou gerando uma redução nos rebanhos.
Por conta da alta do dólar, as indústrias frigoríficas maiores conseguem ter um equilíbrio maior em suas finanças, mas prejudicam os pequenos frigoríficos. Segundo Bellicanta, está na hora do Estado intervir de alguma maneira para proteger os frigoríficos de menor porte, assim evitando o fechamento de empresas e as demissões. Atualmente, os frigoríficos empregam 25.560 pessoas no Mato Grosso.