Indicador de incerteza da economia cai pela terceira vez seguida
Queda em julho alcança 7,3 pontos
Mesmo em meio à crise econômica causada pela pandemia do Covid-19, o Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) mostrou queda entre junho e julho. Segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas, de maneira extraordinária, o indicador marcou queda de 7,3 pontos. Caso esse número se confirme, o índice ficará na marca de 166,3 pontos.
Se os indicadores permanecerem neste nível até o final de julho, quando há a divulgação final, o IIE-Br terá devolvido quase metade dos 95,4 pontos da alta que aconteceu entre março e abril. Economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Anna Carolina Gouveia, falou sobre o assunto.
“Após a terceira queda consecutiva, o nível do IIE-Br de julho se aproxima do nível de março, de 167,1 pontos, primeiro momento em que o País precisou forçar paralisações e iniciar o isolamento social para conter o avanço da pandemia. As dificuldades de se prever cenários para o futuro da economia continuam muito grandes, como reflete o componente de Expectativas, que, no nível apurado nesta prévia, recuperaria, até julho, apenas 7% da alta ocorrida entre março e maio. Uma queda mais acelerada da Incerteza daqui para a frente dependerá da evolução da pandemia no País e da velocidade de normalização das atividades econômicas e do apaziguamento das tensões políticas.”
Já o mercado financeiro, projeta uma queda de 6,1% na economia do país neste ano. No entanto, a projeção para 2021 é que haja um crescimento de 3,5%. Já em 2022 e 2023, a expectativa é que o crescimento siga existindo com pelo menos 2,5% ao ano.
Confiança empresarial subiu no mês de junho
Segundo a FGV, houve um crescimento de 14,9 pontos em relação a maio
O país vem vivendo um momento bastante conturbado por conta da pandemia do coronavírus. Com isso, as incertezas na economia fazem com que as análises sejam mais importantes, pois os dados das pesquisas acabam mostrando como as coisas estão andando. Em relação à confiança empresarial, houve uma melhora se comparado com o mês de maio.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Confiança Empresarial subiu 14,9 pontos se comparado ao mês passado. O indicador, que está numa escala de 0 a 200, alcançou a marca de 80,4 pontos. O índice subiu pela segunda vez consecutiva, já que em maio avançou 9,8 pontos.
Aloisio Campelo Júnior, Superintendente de Estatísticas da FGV, falou sobre o assunto:
“Apesar dos níveis elevados de incerteza, começa a ganhar força no meio empresarial a percepção de que o pior momento pode já ter passado. Com isso, as expectativas tornaram-se menos pessimistas, formando um cenário compatível com o de uma lenta retomada do nível de atividade econômica”.
Ao todo, 3.777 empresas dos setores de comércio, indústria, serviços e construção foram ouvidas. A pesquisa foi realizada entre os dias 1 e 25 de junho, sendo que o comércio foi o que mostrou maior alta de confiança, alcançando 17 pontos.
Inflação teve alta em junho
Dados foram divulgados pela Fundação Getúlio Vargas
O mês de junho fechou com alta na inflação. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) fechou o mês de junho com inflação de 0,36%. A taxa ficou maior se comparada com o mês de maio, quando houve deflação de 0,54%. A pesquisa foi realizada nas principais capitais do sul, sudeste, centro-oeste e nordeste do país.
O setor que mais colaborou para a inflação do último mês foi o do transporte. Como exemplo, podemos citar a gasolina, que subiu 3,28% em junho. Contudo, não foi só este setor que apresentou aumento. A alta dos preços também afetou os setores de alimentação (0,57%), vestuário (0,08%), saúde e cuidados pessoais (0,18%), despesas diversas (0,19%) e comunicação (0,88%).
Já a inflação de saída das fábricas, que é medida pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP), registrou a alta de 1,22% no mês de maio. Contudo, o valor é menor que no mesmo período do ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação do IPP em 2020 é de 3,37% e nos últimos doze meses alcança a marca de 4,60%.
Economia do Brasil atinge a maior incerteza na história
O recorde mais alto havia sido registrado em setembro de 2015
A FGV (Fundação Getulio Vargas) mediu a Economia do Brasil através de seu Indicador de Incerteza da Economia, na qual atingiu o maior nível de incerteza dessa série histórica. Só em abril deste ano, subiu 44,5 pontos, chegando a incríveis 211,6 pontos, podendo subir ainda mais.
Uma vez que, o recorde mais alto anteriormente era de 136,8 pontos, no mês de setembro de 2015, é o que informa a FGV. Já o componente da mídia, na qual é baseado na freqüência de notícias sobre a incerteza na imprensa, subiu 35,5 pontos, batendo também o recorde de 196,5 pontos.
Já o componente de expectativas, que é construído por analistas econômicos, subiu 62,2 pontos, chegando a 226,1 pontos na prévia. Dessa forma, este é o segundo maior nível da série toda, ficando atrás apenas do nível registrado no mês de outubro de 2002, que totalizou 257,5 pontos.