Investimento no setor energético
Setor energético brasileiro deverá receber R$ 3 trilhões em investimento até 2030.
No último domingo (18), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, concedeu uma entrevista à TV Brasil e abordou assuntos variados sobre a pasta em que comanda. Dentre os temas, Albuquerque falou sobre a diversidade da matriz energética no Brasil, a produção de petróleo e gás, a mineração e a capitalização da Eletrobras, mas não foi só isso. Um assunto acabou se destacando dos demais e trata-se do investimento no setor energético.
De acordo com o ministro, o setor energético brasileiro deverá receber R$ 3 trilhões em investimento até 2030. Ainda afirmou que este tipo de coisa apenas irá acontecer, pois o Brasil tem atratividade, diversidade de fontes de energia e segurança jurídica e regulatória. Este conjunto de fatores possibilita que ano após anos os investimentos sigam acontecendo.
“O maior investimento realizado no país tem sido no setor de energia, seja no setor de petróleo, gás e biocombustíveis, seja no setor elétrico. São investimentos bilionários – nos próximos dez anos, devemos ter investimentos da ordem de R$ 3 trilhões, e isso tem ocorrido ano a ano. Investimentos estão sendo feitos de centenas de bilhões de reais nos últimos dois anos, e teremos aí mais outros R$ 2,5 trilhões até 2030”, disse o ministro.
Referência em energia renovável
Outro ponto que merece destaque é no que tange à energia renovável, pois hoje o país é tido como referência internacional, sendo reconhecido, inclusive, pelas Nações Unidas. Segundo Bento Albuquerque, atualmente, 83% da energia brasileira é renovável e, considerando também a chamada energia limpa, o índice alcança a marca de 85%. Para se ter uma noção maior, a média da produção dos países que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 25%.
“O Brasil foi convidado, por exemplo, para liderar um grupo de países na transição energética, e nós vamos apresentar o nosso trabalho na Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro. Então, o Brasil é uma referência no mundo, e a energia é estratégica para qualquer país, ainda mais no momento em que o mundo vive uma transição energética para uma economia de baixo carbono”, afirmou Albuquerque.
Investimento na mineração
O ministro Bento Albuquerque considera baixo o índice de 0,7% quando se trata de exploração de riquezas minerais. Explicou que o país tem um grande potencial na área e que pode explorar muito mais. Apesar dos investimentos não serem os mesmos do setor energético, afirmou que há investimento na mineração e nos próximos anos isso deverá seguir acontecendo.
“Nós temos mais de 80 variedades de minerais na pauta de exportações. Por exemplo, o minério de ferro é o segundo item, só sendo superado pelo agronegócio. O petróleo é o terceiro. A mineração traz muito investimentos para o Brasil. Investimentos vultosos também estão ocorrendo. Cerca de US$ 40 bilhões serão investidos nos próximos quatro anos. Ano passado também batemos recorde de exportação em minério de ferro, ouro e outros minerais”, enfatizou o ministro.
Eletrobras registrou lucro bilionário em 2020
Apesar da pandemia, Eletrobras registrou lucro bilionário em 2020.
É bem verdade que houve queda, mas a Eletrobras registrou lucro bilionário em 2020. De acordo com o balanço financeiro que foi divulgado, o lucro foi de R$6,387 bilhões, mesmo num momento de pandemia. É bem verdade que os números são 42,6% inferiores aos R$11,133 bilhões de 2019, porém, num ano conturbado economicamente, não é algo que possa ser considerado ruim.
Já em relação ao último trimestre de 2020, o balanço financeiro também registrou queda, mas não significa que tenha existido prejuízo. Na realidade, o lucro líquido obtido no período mencionado foi de R$1,269 bilhão, o que ajudou a Eletrobras fechar o ano de maneira positiva. É importante destacar que este é o primeiro relatório financeiro divulgado pela estatal após Wilson Ferreira Júnior renunciar ao cargo de presidente da empresa.
A Eletrobras registrou lucro bilionário em 2020 e dentre as informações contidas no relatório financeiro consta os R$ 14 bilhões de Ebitda, ou seja, o lucro operacional excluindo-se os juros, impostos, depreciação e amortização. Isso mostra como a empresa conseguiu atuar mesmo em meio à pandemia do Covid-19 e sofrendo influências da crise econômica. A redução de 5,6% nos custos de pessoal, material e serviço influenciaram no resultado.
“O resultado foi influenciado por fatores como a Revisão Tarifária Periódica para transmissão, que representa um acréscimo de R$ 3 bilhões ao ano, compensado, parcialmente, por provisões operacionais, com destaque para contingências de R$ 4,2 bilhões”, diz, em nota, a estatal.
Privatização
Fundada no início dos anos 1960, a Eletrobras é uma das mais importantes estatais do país. No entanto, nem mesmo os lucros bilionários que vem tendo fizeram com que ficasse de fora do Programa Nacional de Desestatização. A empresa é mais uma que será cedida à iniciativa privada, afinal o governo federal tem em seu plano de gestão privatizar empresas e diminuir sua responsabilidade quanto a elas.
Eletrobras, EBC e Correios estão na lista de desestatização
Apesar de estudos precisarem ser realizados para confirmar o destino das empresas, Eletrobras, EBC e Correios estão na lista de desestatização.
O Programa Nacional de Desestatização (PND) é uma das coisas que mais chama a atenção no governo de Jair Bolsonaro. Isto é dito, pois o governo federal considera essencial se desfazer de estatais para tentar controlar a parte econômica do país e atrair o interesse de investidores. Por conta disso, a Eletrobras, EBC e Correios estão na lista de desestatização. A EBC é a Empresa Brasil de Comunicação.
A decisão acabou sendo tomada na 15ª reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI), que contou com a presença de Bolsonaro e Paulo Guedes, Ministro da Economia. No entanto, estudos ainda serão realizados para verificar a viabilidade do processo. Ainda assim, as chances de desestatizar as empresas mencionadas são grandes.
Como visto, a Eletrobras, EBC e Correios estão na lista de desestatização, sendo que o estudo em relação às duas primeiras será realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Enquanto isso, os Correios já passaram por um estudo preliminar, onde foi analisada o modelo de desestatização em outros países, tanto que já foi incluído no PND, tudo isso visando o começo da segunda parte dos estudos.
Queda nas ações da Petrobras
Após intervenção de Bolsonaro, foi registrada queda nas ações da Petrobras.
O Brasil já vem sofrendo com a crise econômica e com a desvalorização do Real frente às principais moedas do mundo, sendo que a tendência é piorar. Após a intervenção de Jair Bolsonaro, foi registrada queda nas ações da Petrobras. O presidente acabou nomeando o general Joaquim Silva e Luna para a presidência da estatal, afastando Roberto Castello Branco.
O presidente do país, Jair Bolsonaro, havia se manifestado contra a constante alta no preço dos combustíveis e falou que medidas seriam tomadas. Contudo, seu ato acabou influenciando na economia do país, pois não foi registrada apenas queda nas ações da Petrobras. O ato do principal governante do Brasil repercutiu até no mercado internacional, o que gerou ainda mais problemas.
A Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operou em forte queda na manhã desta segunda-feira (22), chegando a cair em torno de 5%. Para piorar, o dólar ultrapassou a casa dos R$ 5,50, tudo por conta da incerteza do mercado após os atos do presidente Jair Bolsonaro. Muitas dúvidas estão no ar, sendo que a única certeza que existe é a queda nas ações das empresas brasileiras.
A Petrobras viu suas ações da PETR3 e PETR4 caírem 19,48% e 18,88%, respectivamente, no início do pregão. Contudo, não foi só o ramo do petróleo que acabou sofrendo os impactos da decisão de Bolsonaro. O Banco do Brasil e a Eletrobras também tiveram queda nos valores de suas ações. Os papéis BBAS3 foram negociados 10% abaixo do normal, enquanto ELET3 e ELET6, que chegaram a apresentar queda de 9%, estavam sendo negociados a 4%.
Wilson Ferreira Junior não é mais o presidente da Eletrobras
Após alegar problemas particulares, Wilson Ferreira Junior não é mais o presidente da Eletrobrás.
A divulgação feita ontem a noite dizendo que Wilson Ferreira Junior não é mais o presidente da Eletrobras pegou muita gente de surpresa. A alegação do então presidente foi que estava deixando o cargo por problemas particulares, mas fontes informaram que sua saída tem a ver com a falta de previsão para a desestatização da empresa. Wilson Ferreira Junior irá permanecer à frente da estatal até o dia 05 de março.
A desestatização das empresas do governo é pauta frequente no governo de Jair Bolsonaro, mas a Eletrobras vinha sofrendo derrotas quando se tratava de privatização. Agora, com o candidato apoiado pelo governo Bolsonaro para a presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tendo demonstrado que a privatização da empresa não é prioridade, fez com que as coisas mudassem. Assim, Wilson Ferreira Junior não é mais o presidente da Eletrobras e deixará o cargo após ter assumido em 2017 após ser nomeado por Michel Temer.
Nota oficial Eletrobras
“Centrais Elétricas Brasileiras S/A (“Companhia” ou “Eletrobras”) (B3: ELET3, ELET5 & ELET6; NYSE: EBR & EBR.B; LATIBEX: XELT.O & XELT.B) informa aos seus acionistas e ao mercado em geral que, nesta data, Wilson Ferreira Junior, atual Presidente da Companhia e membro do Conselho de Administração, renunciou ao cargo de Presidente da Companhia, por motivos pessoais.
Wilson permanecerá no referido cargo de Presidente até o dia 5 de março de 2021, permitindo a adequada transição para seu sucessor, ainda a ser indicado.
A Companhia aproveita o ensejo para agradecer ao Wilson por sua reconhecida liderança na reestruturação organizacional e financeira do Sistema Eletrobras durante seu mandato de cerca de 4,5 anos. Sob sua gestão, a Companhia atingiu lucros históricos, reduziu sua alavancagem a patamares compatíveis com a geração de caixa, reduziu custos operacionais com privatizações de distribuidoras e programas de eficiência, colocou em operação obras atrasadas, simplificou a quantidade de participações acionárias, com a venda, incorporação e encerramento em cerca de 90 sociedades de propósito específico, aprimorou seu Programa de Compliance, padronizou estatutos sociais e alçadas de aprovação das Empresas Eletrobras e resolveu contenciosos importantes nos Estados Unidos decorrentes de reflexos da Operação Lava Jato, dentre outras realizações relevantes.
Em razão do objeto deste Fato Relevante, a Companhia convida a todos investidores para uma teleconferência às 15h de amanhã, dia 25 de janeiro, com a participação do Wilson.
Rio de Janeiro, 24 de janeiro de 2021.
Elvira Cavalcanti Presta
“Diretora Financeira e de Relações com Investidores”