Copom eleva taxa Selic

Copom aumentou em 1 ponto a taxa Selic, que alcançou 14,25% ao ano.
Nesta quarta-feira(19), o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, confirmou o reajuste da taxa Selic. A alta na taxa básica de juros foi de um ponto, alcançando o patamar de 14,25% ao ano. Esta é a terceira alta consecutiva desde o mês de outubro e a decisão pela elevação foi unânime entre os membros do comitê.
De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a elevação nos percentuais da taxa Selic não chega a ser uma surpresa, pois faz parte do “guidance” (projeção) do colegiado do Banco Central do final de 2024. Na realidade, O BC decidiu seguir o ritmo já previsto de aperto nos juros e indicou um ajuste de menor magnitude na próxima reunião se confirmado o cenário esperado.
Com a Selic no patamar de 14,25% ao ano, a taxa básica de juros brasileira alcança o seu maior valor desde 2016, quando permaneceu nesse percentual até o mesmo de outubro. Na época, o país passava por uma grave crise econômica e estava em meio ao processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff. O Copom pretende uma redução na Selic na próxima reunião, mas vale destacar que se houver um aumento a taxa básica de juros alcançará o seu maior patamar em 20 anos.
Abaixo, confirma a nota emitida pelo Copom:
“O ambiente externo permanece desafiador em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente pela incerteza acerca de sua política comercial e de seus efeitos. Esse contexto tem gerado ainda mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed e acerca do ritmo de crescimento nos demais países. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes.
Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado dinamismo, ainda que sinais sugiram uma incipiente moderação no crescimento. A inflação cheia e as medidas subjacentes mantiveram-se acima da meta para a inflação e novamente apresentaram elevação nas divulgações mais recentes.
As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se de forma relevante e situam-se em 5,7% e 4,5%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o terceiro trimestre de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,9% no cenário de referência (Tabela 1).
Persiste uma assimetria altista no balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) impactos sobre o cenário de inflação de uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada; e (ii) um cenário menos inflacionário para economias emergentes decorrente de choques sobre o comércio internacional e sobre as condições financeiras globais.
O Comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes.
O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista.
O Copom então decidiu elevar a taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 14,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.
Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião. Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.”
Enel oferece condições especiais para renegociação de dívidas

Parcelamentos sem juros e descontos estão disponíveis até 31 de março.
A Enel São Paulo iniciou nesta segunda-feira (17) um programa especial para renegociação de dívidas, permitindo que consumidores regularizem seus débitos com condições diferenciadas até 31 de março. O parcelamento e os descontos variam conforme o perfil do cliente, tornando a adesão mais acessível.
Para aqueles que possuem contas em atraso há mais de 60 dias, é possível parcelar o valor devido em até sete vezes, sendo necessário um pagamento inicial de pelo menos 10% do total. A negociação pode ser realizada de forma digital, através do site da Enel, pelo aplicativo da companhia, via WhatsApp (21 99601-9608) ou ainda pelo telefone da central de atendimento: 0800-72 72 120.
Consumidores cadastrados no Cadastro Único (CadÚnico) e beneficiários da tarifa social de energia elétrica contam com condições ainda mais vantajosas. Para esse grupo, a possibilidade de parcelamento chega a 36 vezes sem incidência de juros. Além disso, aqueles que possuem dívidas vencidas há mais de 180 dias podem obter um desconto de 10% caso optem pelo pagamento integral do saldo devedor.
A Enel reforça que cada caso será analisado individualmente e que o parcelamento pode envolver encargos adicionais. Os valores renegociados serão incorporados às contas de energia subsequentes, facilitando a regularização do serviço sem comprometer excessivamente o orçamento do consumidor.
Até o dia 23 de março, os clientes interessados também têm a opção de realizar a renegociação presencialmente na tenda de atendimento instalada no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo. A iniciativa faz parte do Feirão Limpa Nome, promovido pela Serasa, ampliando as opções para quem busca regularizar suas contas de forma prática e eficiente.
Previsões do Standard Chartered agitam o mercado de criptomoedas

Bitcoin segue otimista, enquanto Ethereum enfrenta desafios com novas concorrentes.
O recente relatório divulgado pelo Standard Chartered, em 17 de março de 2025, gerou grande repercussão entre os investidores de criptomoedas, com foco no Bitcoin e Ethereum. Apesar das quedas no início deste ano, o estudo traz uma visão otimista sobre o futuro dessas moedas, especialmente até o final de 2025. O cenário, segundo a instituição financeira britânica, deve melhorar nos próximos anos, com a expectativa de uma valorização considerável no mercado de criptomoedas.
O Ethereum, uma das moedas digitais mais valiosas, foi um dos ativos mais impactados pela revisão das previsões. Inicialmente, o banco apostava em um preço de US$ 10 mil para o Ether, mas agora ajustou essa expectativa para US$ 4 mil. A mudança é um reflexo das condições atuais do mercado e dos desafios enfrentados pela rede Ethereum. Embora essa previsão ainda seja positiva, quando comparada ao preço atual de US$ 1.946,00, ela representa uma redução significativa em relação à estimativa anterior.
Essa revisão para baixo pode ser atribuída à competição crescente de outras blockchains que estão ganhando força no mercado. Uma delas é a Base, uma blockchain L2 (Layer 2) construída sobre o Ethereum. A Base tem atraído cada vez mais a atenção de desenvolvedores e investidores, criando uma alternativa mais eficiente e com custos reduzidos em relação ao Ethereum. Com isso, há uma redistribuição de valor do Ethereum para essas novas plataformas, o que enfraquece o papel dominante da rede.
Apesar de sua projeção de valorização mais modesta, o Ethereum ainda deverá experimentar um crescimento expressivo caso a previsão de US$ 4 mil se concretize. Isso representaria mais que o dobro de seu valor atual, mas ainda ficaria abaixo do pico histórico de US$ 4,8 mil alcançado em novembro de 2021. Essa alta, embora significativa, não seria a maior já registrada e mostra que o Ethereum ainda enfrenta desafios para superar suas máximas anteriores.
O Standard Chartered também prevê que, até 2027, a relação entre o Ethereum e o Bitcoin poderá cair drasticamente, chegando a apenas 0,015. Isso indica uma perda significativa de valor do ETH em comparação ao BTC, o que reflete um enfraquecimento da segunda criptomoeda em relação à crescente valorização do Bitcoin.
Enquanto o Ethereum enfrenta esses desafios, o Bitcoin mantém uma perspectiva positiva. O banco britânico não alterou sua previsão otimista para o BTC e, conforme foi indicado no final de 2024, ainda acredita que o Bitcoin pode alcançar os US$ 200 mil até o final de 2025. Esse valor representaria um crescimento substancial, considerando que o preço do Bitcoin, nesta segunda-feira, estava em torno de US$ 84.496,00.
Caso o cenário projetado pelo Standard Chartered se concretize, os investidores de longo prazo no Bitcoin podem se beneficiar de grandes lucros. No entanto, a volatilidade do mercado ainda gera incertezas, e muitos investidores continuam optando por vender no curto prazo, com receio de correções inesperadas nos preços.
No geral, o mercado de criptomoedas está em um momento de transição. O Bitcoin segue como uma aposta segura, enquanto o Ethereum enfrenta novos obstáculos, principalmente devido à concorrência crescente e à evolução das tecnologias. O futuro desses ativos continua a ser promissor, mas também incerto, com o ano de 2025 se apresentando como um período de grandes desafios e oportunidades para os investidores.
Dólar cai para menor valor em quatro meses e Ibovespa registra alta

Impulsionados por dados econômicos positivos e estímulos globais, o dólar encerra abaixo de R$ 5,70, enquanto a bolsa de valores avança pelo quarto dia consecutivo.
O mercado financeiro desta segunda-feira (17) foi impulsionado por uma combinação de fatores positivos, tanto internos quanto externos, resultando em um dia de grande otimismo. O dólar comercial fechou a R$ 5,686, registrando uma queda de R$ 0,57 (-0,99%) e alcançando sua cotação mais baixa em quatro meses. Durante a tarde, a moeda tocou a mínima de R$ 5,66, um momento em que investidores aproveitaram para comprar a divisa norte-americana a um preço mais acessível.
Com esse resultado, o dólar atingiu o menor valor desde 7 de novembro do ano passado, quando foi negociado a R$ 5,67. No acumulado de 2025, a moeda acumula uma desvalorização de 7,99%. Esse cenário refletiu uma tendência de queda contínua ao longo do dia, com a maior aceleração da desvalorização ocorrendo no período da tarde.
O desempenho da bolsa de valores também foi marcante. O índice Ibovespa, da B3, avançou 1,46%, fechando aos 131.213 pontos e atingindo o nível mais alto desde o final de outubro. Esse crescimento foi impulsionado por uma alta generalizada entre as ações, com destaque para setores como petroleiras, mineradoras e bancos.
O bom desempenho do mercado pode ser atribuído a uma série de fatores favoráveis. No Brasil, a divulgação do indicador de atividade econômica do Banco Central (BC) revelou um crescimento de 0,9% em janeiro, superando as expectativas do mercado. Esse dado trouxe otimismo para investidores, especialmente em ações de empresas voltadas ao consumo, que se beneficiaram diretamente do desempenho positivo da economia brasileira.
A nível global, o pacote de estímulos econômicos anunciado pela China também teve um impacto significativo, favorecendo os países emergentes. Como o país asiático é o maior consumidor de commodities, sua recuperação beneficia países como o Brasil, que se aproveitam dessa demanda crescente por produtos como petróleo e minérios.
Além disso, o aumento nos preços do petróleo também contribuiu para o impulso nos mercados emergentes. O barril do tipo Brent ultrapassou novamente os US$ 70, devido aos ataques aéreos dos Estados Unidos no Iémen. A expectativa de um possível cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia também gerou um clima de otimismo entre os investidores globais, refletindo positivamente nos mercados financeiros.
Em resumo, o dia foi marcado por uma série de fatores positivos que favoreceram tanto o mercado cambial quanto o de ações, com destaque para o desempenho do Ibovespa e a valorização do real frente ao dólar.
KriptoBR revela prejuízo de mais R$ 500 mil em fraudes

Fraudes de estorno já geraram mais de meio milhão em prejuízo à KriptoBR
A KriptoBR, que é conhecida por ser revendedora oficial de carteiras de criptomoedas da Trezor, Ledger e outras marcas, revelou nesta sexta-feira (14) que está passando por um grande problema. De acordo com a empresa, fraudes envolvendo estorno de PIX e cartões de crédito já geraram um prejuízo de mais de R$ 500 mil aos seus cofres.
Em comunicado, a KriptoBR disse que vem judicializando demandas contra os golpitas, tanto na esfera cível como criminal, para assim tentar evitar novas fraudes. Segundo a empresa, estão conseguindo ter sucesso nas disputas que envolvem pagamento via pix, porém, a situação não é a mesma quando envolve disputa com pagamentos que foram realizados com cartão de crédito.
“MED do Pix, a gente ganhou 100%. Agora, chargeback de cartão de crédito, raramente a gente ganha. A gente tem entrado com ação cível e criminal, inclusive fazendo boletim de ocorrência pra abrir um inquérito policial em cima dessas pessoas que se acham as espertinhas, porque elas usam os próprios dados”, disse Jefferson Rondolfo, fundador da KriptoBR, ao portal Livecoins.
O anúncio das fraudes sofridas pela KriptoBR começou no X, antiga rede social Twitter, quando respondeu a um negociador de criptomoedas que reclamava de golpes que havia sofrido em situação semelhante. A empresa afirmou que possui uma lista de mais de 2 mil CPFs de fraudadores, além de diversos CEPs.
Tudo sobre as novas Regras do Imposto de Renda 2025

O que você precisa saber sobre as mudanças no preenchimento e prazos da declaração do Imposto de Renda 2025.
A partir do dia 13 de março, os contribuintes poderão acessar o programa de declaração do Imposto de Renda 2025, que será disponibilizado juntamente com a instrução normativa do IRPF. No entanto, o período de envio das declarações começará apenas em 17 de março e seguirá até 30 de maio, com um prazo final para o cumprimento das obrigações fiscais.
Outra novidade importante é a declaração pré-preenchida, que estará disponível a partir de 1º de abril. Essa ferramenta é uma grande aliada no preenchimento da declaração, pois já incorpora dados informados pelas instituições à Receita Federal, o que ajuda a reduzir as chances de erros no processo.
Apesar dessa comodidade, a responsabilidade sobre as informações prestadas continua sendo do contribuinte. Portanto, é essencial revisar, corrigir e, se necessário, complementar os dados antes do envio final.
Novos critérios de obrigatoriedade para a declaração
Entre as mudanças mais relevantes estão os ajustes nos critérios de obrigatoriedade para a entrega da declaração. Agora, quem tiver rendimentos tributáveis anuais superiores a R$ 33.888,00 (antes o limite era R$ 30.639,90) será obrigado a declarar. Da mesma forma, o limite de receita bruta para a atividade rural foi alterado, passando de R$ 153.999,50 para R$ 169.440,00.
Além disso, com a promulgação da Lei 14.754/2023, surgiram novas exigências. Quem obteve rendimentos de investimentos no exterior, como aplicações financeiras, lucros ou dividendos, também terá que declarar. Esta mudança substitui a isenção anterior para esses tipos de rendimento, tornando a obrigação mais abrangente.
Outro ponto importante é a Lei 14.973/2024, que impõe a obrigatoriedade de declarar para aqueles que atualizaram bens imóveis em 2024, pagando 4% de imposto sobre o ganho de capital. Este critério também entra em vigor a partir deste ano.
Atualizações e ajustes no preenchimento de investimentos no exterior
Com as novas regras para investimentos no exterior, muitos esperavam que a Receita Federal criasse um campo exclusivo no programa de declaração para registrar esses rendimentos. A expectativa era a de que fosse criada uma ficha separada para os lucros provenientes de investimentos no exterior, de forma análoga à ficha para a renda variável na B3.
No entanto, a Receita Federal surpreendeu ao determinar que os lucros e prejuízos relacionados aos investimentos no exterior devem ser informados na aba de bens e direitos. Essa escolha gerou certa confusão, já que o local designado não parece ser o mais adequado para esse tipo de informação.
Na prática, essa mudança implica que o contribuinte deverá informar o lucro, prejuízo ou rendimento de cada ativo individualmente. Embora a Receita Federal consolide essas informações em uma única apuração ao final, a exigência de detalhamento por ativo torna o processo mais complexo e burocrático, especialmente para quem possui uma carteira diversificada de investimentos.
Implicações para quem lida com diversos ativos
Para aqueles que compram e vendem ativos dentro do mesmo ano, essa alteração exige uma atenção ainda maior. Antes, quando o saldo de um ativo era zerado no mesmo ano, o contribuinte não precisava informar o bem na ficha de bens e direitos, bastando declarar o rendimento obtido. Agora, com a nova estrutura, será necessário declarar separadamente os lucros, prejuízos e rendimentos de cada ativo, o que torna o processo mais trabalhoso.
Embora muitos aguardem uma manifestação da Receita Federal para esclarecer mais sobre essa mudança, é provável que novos comunicados sejam emitidos, detalhando as motivações por trás dessa exigência. Esse esclarecimento ajudará os contribuintes a se ajustarem corretamente às novas regras e evitar confusões durante o preenchimento da declaração do Imposto de Renda.
Golpe do bilhete premiado usava criptomoedas para lavar dinheiro

“Lavagem Digital” investiga crimes financeiros e movimentação de criptomoedas.
A Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou, na quarta-feira (12), a operação “Lavagem Digital”, visando desmantelar um esquema criminoso que aplicava o golpe do bilhete premiado, utilizando criptomoedas para ocultar e lavar grandes quantias de dinheiro. Durante a operação, as autoridades cumpriram mandados de busca e apreensão em diversas cidades do Paraná, incluindo Rolândia e Londrina, além de realizar a prisão temporária de um dos envolvidos, que responderá por estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A investigação teve início em julho de 2024, após uma idosa de 81 anos, moradora de Florianópolis, cair no golpe e perder cerca de R$ 1 milhão. O valor foi movimentado de maneira complexa: R$ 550 mil foram transferidos por meio de banco, enquanto o restante foi entregue em joias. Para dificultar o rastreamento, os criminosos utilizaram contas bancárias de laranjas, convertendo o dinheiro em criptomoedas, que foram então enviadas para uma corretora na China.
A Polícia Civil constatou que o grupo movimentou, entre 2023 e 2024, aproximadamente R$ 55 milhões através de corretoras de criptomoedas. Os recursos circulavam por meio de empresas fantasmas e estavam diretamente ligados a atividades criminosas de grande escala, incluindo tráfico internacional de drogas e mineração ilegal de ouro, além de operações em áreas de fronteira e portos.
Além disso, os investigadores descobriram que os criminosos utilizavam cadastros falsos para abrir contas em plataformas de criptomoedas, dificultando ainda mais a identificação dos responsáveis e o rastreamento do dinheiro.
A prática de usar ativos digitais para ocultar a origem dos recursos ilícitos é uma tática comum entre organizações criminosas, que buscam lavar grandes somas e disfarçar seus fluxos financeiros.
Durante a operação, foram apreendidos 22 celulares, 8 computadores, 14 HDs, uma carteira física de criptomoedas (cold wallet), e diversos outros dispositivos eletrônicos, que podem fornecer provas adicionais sobre o esquema.
Além das apreensões, a Justiça determinou o bloqueio de até R$ 1 milhão nas contas dos suspeitos e das empresas envolvidas, bem como a indisponibilidade de imóveis e quatro veículos de luxo, incluindo um Mini Cooper S, uma BMW S 1000 R, um Audi A3 LM e um Jeep Compass Limited.
Um dos envolvidos segue foragido e já estava sendo investigado na operação “Emergentes”, que foi realizada no dia anterior (11) pela Polícia Federal, focada no combate ao tráfico internacional de drogas. As autoridades acreditam que o grupo faça parte de uma rede criminosa maior, que utiliza golpes financeiros para arrecadar dinheiro, que posteriormente é direcionado para financiar outras atividades ilícitas.
Os suspeitos enfrentam graves acusações de estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações continuam em andamento, com o objetivo de identificar outros membros da rede e recuperar os valores desviados. A operação contou com o apoio da Polícia Civil do Paraná, com o auxílio das unidades de Londrina e Rolândia.
Novas regras do Imposto de Renda 2025 afetam investidores de criptomoedas

Imposto de Renda 2025 e as novas exigências para declarar criptomoedas e ativos no exterior.
A Receita Federal do Brasil (RFB) anunciou, em uma transmissão ao vivo realizada nesta quarta-feira (12), as atualizações para o Imposto de Renda de 2025, com um foco significativo nas novas diretrizes que impactam diretamente os investidores em criptomoedas.
Uma das mudanças mais notáveis é a criação de um campo específico na declaração para registrar investimentos em criptomoedas e outros ativos adquiridos fora do país. Com a implementação da Lei 14.754/2023, torna-se obrigatória a declaração para os cidadãos que possuam investimentos no exterior.
José Carlos da Fonseca, auditor fiscal da RFB, explicou em sua apresentação os impactos da Lei 14.754. Ele detalhou que, antes dessa legislação, os brasileiros com investimentos fora do Brasil tinham que pagar impostos mensalmente. No entanto, com a nova lei, esse pagamento passa a ser anual, a ser realizado na declaração do Imposto de Renda.
Entre as mudanças destacadas, uma das mais relevantes é a inserção de um campo dedicado exclusivamente a criptomoedas na declaração. Fonseca explicou como funcionaria o preenchimento dessa nova seção: “Neste exemplo da ficha do PGP, que representa um criptoativo da Bulgária, é necessário informar o valor dos investimentos tanto no dia 31 de dezembro de 2023 quanto no dia 31 de dezembro de 2024. Novos campos foram adicionados para que o contribuinte possa informar se o investimento é uma aplicação financeira, lucro ou prejuízo, o imposto pago no exterior e, no caso de lucros ou dividendos, o imposto pago e o valor recebido.”
Além disso, Fonseca comentou sobre a automação do processo: “Ao preencher essas informações, o sistema automaticamente compila os dados dos investimentos no exterior e gera um demonstrativo detalhado, que inclui a apuração dos valores informados.”
Um exemplo prático foi dado para ilustrar: “No caso de uma aplicação financeira de R$ 10.000,00, com um imposto devido de 15%, ou seja, R$ 1.500,00, e um pagamento já realizado de R$ 2.000,00 no exterior, não há mais imposto a ser pago. Caso o pagamento tenha sido excessivo, isso precisa ser resolvido fora do Brasil, mas, aqui, consideramos apenas o valor que seria cobrado segundo nossa legislação, permitindo que o contribuinte abata o valor pago a mais.”
Fonseca também abordou outros exemplos apresentados durante a live: “No caso de lucros e dividendos, se o contribuinte recebeu R$ 30.000,00 e o imposto devido era de R$ 45.000,00, após o pagamento de R$ 1.200,00, parte da base de cálculo fica descoberta. Somando-se R$ 22.000,00 à base de cálculo, juntamente com os R$ 10.000,00 da aplicação anterior, o valor total é R$ 32.000,00, com um imposto devido de R$ 4.800,00, calculado a 15%.”
Em sua análise, o auditor também ressaltou que essas mudanças não afetarão uma grande parte da população brasileira: “Com menos de 5% das 40 milhões de declarações de Imposto de Renda no Brasil contendo rendimentos de aplicações financeiras no exterior, o impacto será baixo. No entanto, conforme a legislação exige, nosso sistema está preparado para processar essas informações.”
Estima-se, com base nos dados da Receita Federal, que aproximadamente 2,3 milhões de brasileiros realizam investimentos no exterior, considerando os 43,2 milhões de declarações feitas em 2024. Para o próximo ano, espera-se que o número suba para 46,2 milhões, mesmo com o aumento do limite de isenção, que passou de R$ 30.636,90 para R$ 33.888,00.
Além disso, a partir de 1º de abril, as criptomoedas também estarão inclusas na declaração Pré-Preenchida, junto com outros tipos de rendimentos. No entanto, é importante ter cautela ao utilizar esse serviço, pois ele pode apresentar erros e não ser totalmente preciso.
MGX Investe de forma agressiva na Binance

MGX investe US$ 2 bilhões e reforça a presença no mercado cripto global e o foco é a Binance, maior corretora do mundo no setor.
A Binance acaba de receber um aporte recorde de US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 11,6 bilhões) da MGX, uma empresa de investimentos dos Emirados Árabes Unidos, criada pelo governo de Abu Dhabi. A parceria foi anunciada oficialmente pela corretora nesta quarta-feira (12), e reforça ainda mais a posição da Binance no cenário global, consolidando a MGX como um investidor estratégico no mercado de criptomoedas.
Em fevereiro, os fundadores da Binance, Changpeng Zhao e Yi He, haviam desmentido rumores sobre a venda da corretora. No entanto, Zhao revelou que, no futuro, a Binance pode considerar permitir investimentos minoritários de até um dígito percentual na empresa, sem especificar uma porcentagem exata.
Embora os detalhes sobre o aporte ainda não tenham sido divulgados, a cifra de US$ 2 bilhões indica que a Binance pode ter um valor de mercado entre 22 e 200 bilhões de dólares, caso a participação adquirida pela MGX seja de 1% a 9%.
Este investimento é notável por ser o maior já realizado em uma empresa do setor de criptomoedas e também por ter sido integralmente feito em criptomoedas, um novo marco que evidencia o crescimento do mercado e o poder das moedas digitais no cenário financeiro.
“É com grande entusiasmo que anunciamos o primeiro investimento institucional na Binance pela MGX. Este marco não apenas avança a adoção de ativos digitais, mas também reforça o papel da blockchain nas finanças globais. O aporte de US$ 2 bilhões é o maior da história do setor cripto e foi feito inteiramente com criptomoedas, estabelecendo um novo recorde”, afirmou a MGX em comunicado.
Ahmed Yahia, CEO e Diretor-Geral da MGX, comentou sobre o impacto estratégico da aquisição, ressaltando a importância de criar um ecossistema financeiro digital mais acessível e robusto. “O investimento da MGX na Binance reflete nosso compromisso em impulsionar o impacto transformador da blockchain no setor financeiro digital.”
Em relação à aceleração da adoção institucional, Yahia também destacou a crescente demanda por soluções blockchain seguras e escaláveis que atendam às exigências regulamentares. “A Binance tem sido uma pioneira na inovação no mundo das criptomoedas, abrangendo desde tecnologia de exchanges e tokenização até soluções de staking e pagamentos”, concluiu.
Em fevereiro deste ano, outro fundo de Abu Dhabi, o Mubadala Investment Company, adquiriu uma participação significativa de US$ 436,8 bilhões no IBIT, um ETF de Bitcoin da BlackRock, reforçando a tendência crescente de institucionalização do mercado de criptomoedas e a forte demanda por Bitcoin.
O CEO da Binance, Richard Teng, também foi mencionado no anúncio. Teng, que anteriormente foi diretor-executivo da Autoridade de Serviços Financeiros de Abu Dhabi, destacou a importância desse investimento para a indústria. “Este investimento da MGX é um marco importante para a Binance e para o setor cripto como um todo”, afirmou.
Em sua declaração, Teng também mencionou o compromisso da Binance em continuar trabalhando com reguladores globais para criar políticas transparentes e inovadoras. “Estamos moldando o futuro das finanças digitais com um ecossistema mais inclusivo e seguro, com foco em conformidade e proteção dos usuários”, disse Teng.
Após o anúncio, a criptomoeda BNB registrou um aumento expressivo, saltando de US$ 556 para US$ 574 em poucos minutos, o que representa uma valorização de 3,3%. Contudo, o preço acabou perdendo parte desse ganho à medida que o Bitcoin também registrou uma queda de 2%, influenciado por outros fatores do mercado.
Bitcoin da Indeal retido nos EUA aguarda decisão judicial

Clientes seguem sem receber valores enquanto processo de repatriação continua em andamento em relação ao Bitcoin da Indeal.
As autoridades dos Estados Unidos mantêm os bitcoins apreendidos em uma conta vinculada a um dos sócios da Indeal, aguardando uma decisão judicial no Brasil para definir quando os valores serão liberados. O processo de repatriação, que envolve cerca de R$ 1,6 bilhão, só poderá ser concluído após o trânsito em julgado da decisão brasileira.
A advogada Caroline Boff, que representa cerca de 100 clientes prejudicados pela Indeal, está acompanhando o caso de perto, na esperança de que os bens sejam liberados em breve para que os patrimoniais das vítimas possam ser recuperados. Embora a Operação Egypto tenha resultado na prisão dos principais envolvidos e na apreensão de diversos bens, os clientes ainda não receberam seus investimentos de volta.
Os bens apreendidos no Brasil, como imóveis e outros ativos, já foram leiloados, e os valores obtidos estão à disposição da justiça. No entanto, os bitcoins, que representam a maior parte do montante a ser devolvido aos clientes, continuam fora de circulação, com sua movimentação suspensa.
Nos últimos dias, uma série de questionamentos sobre o paradeiro dos bitcoins foi levantada. Eles estavam armazenados na conta de um dos líderes da Indeal na corretora Poloniex, mas as autoridades americanas já os confiscaram e os colocaram em uma carteira à disposição da justiça. Tudo indica que, após o trânsito em julgado no Brasil, os valores poderão ser transferidos para a justiça brasileira, que ficará responsável pela restituição aos afetados.
Ainda assim, a advogada Caroline Boff expressou preocupações sobre o destino dos bitcoins. “Não sabemos se os bitcoins foram vendidos nem onde estão os valores. Se foram vendidos, onde estão? Ninguém sabe”, declarou, destacando a incerteza que ainda paira sobre a situação.
O TRF4 também afirmou que o processo de repatriação está em andamento desde julho de 2023, com o envio de novas informações em janeiro de 2024 e 2025. No entanto, devido à complexidade da operação, que envolve a colaboração entre as autoridades de dois países, os bitcoins continuam retidos nos Estados Unidos.
Enquanto isso, os clientes seguem aguardando uma solução para seus problemas, na expectativa de que o trânsito em julgado no Brasil abra caminho para a devolução dos valores. Para aqueles que ainda não se registraram como vítimas, é possível fazer isso acessando o site https://www.falenciaindeal.com.br/habilitacoes-e-divergencias-de-credito.