Confiança da indústria registrou queda em novembro
Passagem entre outubro e novembro registrou queda na confiança da indústria.
A incerteza econômica pós-eleição faz com que os mais variados setores da indústria tenham incertezas sobre o futuro. Além disso, as instabilidades econômicas e inflacionárias do país também acabam afetando a indústria em relação aos próximos meses. Prova disso é que a confiança da indústria apresentou queda no mês de novembro.
Conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), o Índice de Confiança da Indústria (ICI) apresentou uma queda de 3,6 pontos na passagem entre outubro e novembro, alcançando a marca de 92,1 pontos. Esta é a terceira queda consecutiva, sendo o pior resultado desde junho de 2020, auge da pandemia do coronavírus.
“A confiança da indústria caiu pelo terceiro mês consecutivo e segundo de forma disseminada entre os segmentos pesquisados. Há deterioração das percepções sobre a situação atual decorrente de uma piora da demanda e consequente aumento do nível de estoques, o maior desde o período de lockdown. Além disso, observa-se uma piora das expectativas para os próximos meses, possivelmente relacionada a uma desaceleração global prevista e um cenário econômico brasileiro de incertezas para o início do próximo ano”, disse Stéfano Pacini, economista da FGV
A moderação e insegurança dos empresários também fez com que o Índice de Expectativa apresentasse queda. Segundo a FGV Ibre, o referido índice registrou queda de 2,4 pontos, indo para 92,6 pontos, menor patamar desde julho de 2020, também no período da pandemia do Covid-19. Ainda não há uma perspectiva de mudança, por isso se espera a transição na troca de governo para haver uma análise mais ampla da situação econômica do país para o futuro.
Indústria de alimentos apresenta crescimento nas vendas
De janeiro até o mês de maio, a indústria de alimentos apresentou crescimento em suas vendas.
O número de vendas na indústria de alimentos cresceu 3,74% de janeiro até maio deste ano e caiu se comparado ao mesmo período do ano passado. Somado a isso, a produção física de alimentos apresentou crescimento de 0,87% nos últimos 12 meses e apresentou queda de 1,17% em maio, se comparado com o mesmo período de 2021.
De acordo com os dados da Pesquisa Conjuntural da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), o valor de faturamento bateu R$ 385,9 bilhões nos primeiros cinco meses de 2022, o que corresponde a um crescimento de 15,4% em comparação com o mesmo período ao ano passado.
“No mercado interno, as vendas vêm apresentando alta no acumulado do ano, apoiado pelo auxílio governamental e a queda no desemprego. As exportações continuaram sendo o principal destaque, puxadas pela alta nos preços internacionais dos alimentos”, disse o órgão.
Segundo os dados da pesquisa, a quantidade de pessoas ocupadas na indústria de alimentos apresentou uma alta de 1% se comparado com o mesmo período de 2021. Com isso, forma gerados novos 16,5 mil empregos, também em comparação com o ano anterior.
Queda nas exportações
De acordo com a pesquisa, houve queda de 1,5% no volume de exportações, de janeiro a maio deste ano. Os valores do comércio alimentício se comparado ao mercado externo totaliza US$ 21,7 bilhões nos primeiros cinco meses de 2022, valor este que fica 29% acima do ano passado.
Nos primeiros cinco meses deste ano, as importações de alimentos industrializados bateram o valor de US$ 2,7 bilhões, apresentando aumento de 1,8% se comparado ao mesmo período de 2021.
Também nos primeiros cinco meses, o saldo comercial da balança de alimentos industrializados bateu o valor de US$ 18,9 milhões, sendo US$ 4,8 bilhões a mais se comparado ao ano passado.
Alta histórica nos preços da indústria
Mês de outubro registrou alta histórica nos preços da indústria
Já não é mais novidade que o país vem vivendo uma grave crise econômica, além disso, a grande alta do dólar também prejudica o mercado interno (no âmbito do consumo, pois muitas coisas vêm do exterior). Para se ter uma ideia, o mês de outubro registrou uma alta histórica nos preços da indústria. De acordo com os dados Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a inflação de produtos na saída das fábricas, ficou registrado uma alta de 3,40% nos preços no mês que passou.
Conforme informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este aumento é o maior já registrado até o momento. No mês de setembro, a taxa havia sido de 2,34%, sendo que em outubro do ano passado estava sendo registrado 0,60%. Desde 2014 é feita a análise desta taxa, que nunca havia atingido um índice tão alto.
“Se a gente olha os dez produtos dentro de bens intermediários, que mais influenciaram o resultado, seis são alimentos: dois derivados de soja, dois derivados da cana-de-açúcar, carne suína e rações. Os cinco primeiros têm o efeito de uma demanda externa que está pressionando os preços no mercado internacional, mas também do câmbio”, disse Alexandre Brandão, pesquisador do IBGE.
A alta histórica nos preços da indústria acontece justamente num momento onde há uma maior fragilidade econômica entre a população brasileira. É difícil afirmar quando tudo vai voltar à normalidade, ainda mais em meio à uma pandemia. Enquanto isso, o brasileiro sentirá no bolso a taxa de inflação de 17,29% do IPP que está sendo registrada neste ano.
Confiança da indústria cresceu nos últimos meses
Confiança da indústria cresceu nos últimos meses, inclusive entre julho e agosto
Todo mundo sabe que o país vem vivendo uma forte crise econômica, afinal a pandemia do coronavírus ainda insiste em persistir. Contudo, a confiança da indústria cresceu nos últimos meses, inclusive entre julho e agosto. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, na passagem entre os meses citados, o índice de confiança subiu 8,9%. Assim, 93,8% dos 43,2 pontos que foram perdidos entre março e abril, começo da pandemia, já foram recuperados.
“Apesar de ainda se mostrarem insatisfeitos com o nível de demanda, a opinião dos empresários sobre a situação dos negócios no momento tem se aproximado cada vez mais do período pré-pandemia. Para os próximos meses, os indicadores de expectativa mostram certo otimismo, com mais de 40% do setor prevendo aumento do ritmo de produção. Contudo, observamos que ainda há muita incerteza das empresas, evidenciada pela dificuldade de recuperação do indicador de tendência dos negócios”, disse a economista Renata de Mello Franco.
Já em relação ao índice que mede a satisfação atual, houve um aumento de 8,7 pontos, tendo alcançado os 97,8 pontos. Além disso, em relação às expectativas futuras, o crescimento foi de 9,1 pontos, atingindo a marca 99,6. Os índices aqui expostos variam numa escala de zero a duzentos pontos.
Como visto, a confiança da indústria cresceu nos últimos meses, sendo que apenas um dos dezenove segmentos da indústria que foram pesquisados não mostrou confiança com os próximos meses. De uma forma geral, existe um cenário otimista, mas só o tempo poderá confirmar o que irá acontecer no setor industrial.