Maioria dos brasileiros querem fiscalização rígida em apostas online
Com o mercado de apostas online em alta, maioria dos brasileiros entende que fiscalização deve ser rígida.
Um dos mercados que está mais em alta no momento é o das apostas online. Seja para profissionais do setor ou para apostadores amadores as regras são as mesmas, mas ainda assim existem problemas com as plataformas. Diante de um cenário que pode gerar incerteza quanto à segurança, a maioria dos brasileiros entende que deve haver uma fiscalização rígida em apostas online.
De acordo com a pesquisa realizada pelo Ipespe e apoiada pela Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), 59% dos participantes afirmaram que o governo deve manter uma fiscalização rígida nas apostas online no Brasil. Além disso, 85% dos participantes expressaram desconfiança em relação às empresas de apostas e 59% se mostraram contrários a esse tipo de jogo.
Entre outros pontos revelados pela pesquisa, chamou a atenção o fato de 50% dos entrevistados afirmarem que o endividamento por conta das apostas online é um problema público, enquanto 47% disse que o vício em apostas é uma questão de saúde pública, o que explicaria uma fiscalização mais rígida por parte dos governantes brasileiros.
A pesquisa realizada pelo Ipespe, CNF e Febrabran ocorreu entre os dias 15 e 23 de outubro deste ano, sendo que foram ouvidas mais de 2 mil pessoas de todas as regiões do país.
Beneficiários do Bolsa Família destinam R$ 3 bilhões para apostas online
Estudo do Banco Central revela que parte do auxílio social está sendo redirecionada para sites de apostas, levando o senador Omar Aziz a buscar regulamentação das plataformas.
Uma investigação recente do Banco Central revelou que, em agosto, R$ 3 bilhões dos beneficiários do Bolsa Família foram direcionados para plataformas de apostas online, com o uso do Pix como meio de pagamento. Essa prática tem levado recursos sociais a serem redirecionados para o setor de apostas.
A pesquisa foi encomendada pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), que pretende solicitar à Procuradoria-Geral da República (PGR) que tome medidas legais para desativar os sites de apostas até que haja regulamentação adequada por parte do governo federal.
A análise técnica do Banco Central indica que cerca de 5 milhões de beneficiários, de um total de aproximadamente 20 milhões, utilizaram o Pix para fazer apostas, com um gasto médio de R$ 100 por apostador. Entre esses, 70% são chefes de família e, em agosto, enviaram R$ 2 bilhões para essas plataformas, o que representa 67% do total despendido.
O relatório abrange tanto as apostas em eventos esportivos quanto em cassinos virtuais. No entanto, o valor total apostado pelos beneficiários do Bolsa Família pode ser ainda maior. Os dados do Banco Central consideram apenas as transações via Pix, não incluindo outros métodos de pagamento, como cartões de débito e crédito ou transferências eletrônicas diretas (TED). Além disso, a análise se concentrou apenas nos valores enviados para as casas de apostas, sem contabilizar os prêmios que os apostadores possam ter recebido.
O Banco Central também avaliou o montante que a população destina mensalmente às apostas eletrônicas por meio do Pix. As transferências mensais para essas plataformas variaram entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões, com agosto registrando um total impressionante de R$ 20,8 bilhões — um valor que supera em mais de dez vezes os R$ 1,9 bilhão arrecadados pelas loterias oficiais da Caixa Econômica Federal.
Em agosto, o programa Bolsa Família distribuiu R$ 14,12 bilhões entre 20,76 milhões de beneficiários, resultando em um valor médio de R$ 681,09 para cada um.