Jair Bolsonaro irá demitir o general da presidência do Incra
A exoneração foi decidida após uma reunião com a ministra da Agricultura e o secretário de Assuntos Fundiários
O presidente da republica Jair Bolsonaro, após pressão, vai demitir o general João Carlos Jesus Corrêa da presidência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Essa mudança no cargo foi discutida em uma reunião no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (30), junto da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o secretário de Assuntos Fundiários, Luiz Antônio Nabhan Garcia.
O general Rêgo Barros, porta-voz da presidência disse que será de Tereza a decisão de trocar o chefe do Instituto. O Ministério da Agricultura não confirma a mudança, mas a reportagem apurou que a ministra e Nabhan vão formalizar na terça-feira (1º), a saída de Corrêa e de outros funcionários do primeiro escalão do Incra. O general foi nomeado ao comando do Incra em fevereiro.
No entanto, Corrêa não foi avisado se deixará o cargo até a tarde desta segunda (30). Nos bastidores, Bolsonaro diz que o general é uma “boa pessoa” e o compara a um “excelente jogador de basquete”, mas que está “jogando vôlei”. O presidente ainda afirma que a decisão será da ministra Tereza.
Essa demissão foi uma vitória do secretário Nabhan, ligado a grupos ruralistas, que reclama nos bastidores do que considerava baixa produtividade do órgão.
No começo de agosto, Nabhan disse que, se preciso, trocaria um general por “um técnico” no comando do Incra. “O general não é Deus. Na nossa ótica, é um cidadão como qualquer outro”, afirmou, sem citar Corrêa.
Na mesma entrevista, o secretário reclamou da “timidez” da “Operação Luz no Fim do Túnel”, lançada pelo Instituto para emitir 25 mil títulos de propriedade definitiva até o final do ano. Para Nabhan, a meta ideal seria entregar 600 mil títulos de terra até o final do mandato de Bolsonaro, sendo 200 mil definitivos.