Déficit histórico nas contas públicas
Mês de agosto registrou déficit histórico nas contas públicas
A crise econômica instalada por conta da pandemia do coronavírus parece não ter prazo para terminar. Em meio a esta situação, o mês de agosto registrou déficit histórico nas contas públicas. De acordo com o Banco Central, as despesas extraordinárias para enfrentar o Covid-19 fizeram com que o setor público (União, Estados e Municípios) fechassem o mês de agosto com um déficit primário de R$ 87,594 bilhões. Este foi o pior resultado desde que a série começou a ser analisada, em dezembro de 2001.
Para se ter uma noção da real gravidade da situação, no mesmo período do ano passado, o déficit alcançou a casa de R$ 13,448 bilhões. Isso significa um saldo negativo de mais de R$ 70 bilhões se comparado com o mês de agosto de 2019. No entanto, conforme afirmou Fernando Rocha, chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, estes números já eram esperados dada à situação. Além disso, se for feita uma comparação interanual, as receitas cresceram quase 6%.
“Isso mostra que o período de postergação de pagamento de impostos já está terminando e mesmo a própria evolução da atividade econômica, com a redução do distanciamento social, começa a ter maior normalização”, disse Fernando Rocha.
O déficit histórico nas contas públicas se refere exclusivamente ao déficit primário. Isso significa que são os números do endividamento do setor público sem estar considerando os juros da dívida pública. Somando os períodos de janeiro a agosto de 2020, o déficit primário do país está na casa de R$ 571,367 bilhões.