Conta de luz mais cara
Aneel cria nova bandeira tarifária e conta de luz ficará mais cara.
Se já não bastasse o alto preço dos alimentos, do gás de cozinha, do combustível e uma inflação que não para de crescer, além do desemprego e baixo salário, a conta de luz vai ficar ainda mais cara. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a criação de uma nova bandeira tarifária na conta de luz, a chamada de bandeira de escassez hídrica e que passa a valer a partir de hoje (01).
A nova taxa, que irá vigorar pelo menos até abril, terá um custo de R$ 14,20 para cada 100 kilowatt-hora (KWh) consumidos. Isso significa que haverá um aumento de R$ 4,71, ou seja, um reajuste de quase 50%, em relação à bandeira vermelha patamar 2, que era a maior existe até então e possuía o valor R$ 9,49 por 100 kWh. Segundo o governo federal, a crise hídrica é a principal responsável por deixar a conta de luz mais cara.
De acordo com as informações divulgadas, o país vem enfrentando a pior seca dos últimos 91 anos, o que faz com que as usinas hidroelétricas estejam operando no seu limite, fazendo com que a geração de energia através de usinas termoelétricas aumente, sendo que esta tem um custo operacional bem maior. Para Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia, a medica é necessária para garantir o abastecimento de energia.
“Nós trabalhamos para ter a oferta suficiente para a demanda de todas as unidades consumidoras no país. Estamos presenciando a maior seca que o país, o Brasil, já passou. E isso com reflexos na capacidade dos nossos reservatórios das usinas hidrelétricas”, disse o ministro.
De acordo com Albuquerque, as medidas que foram tomadas até o momento estão surtindo efeito, mesmo que quem pague a conta seja a população. Entretanto, o ministro afirmou que não existe uma situação de normalidade ou mesmo de conforto, por isso tais essas demandas estão sendo adotadas. Também frisou que a população precisa reduzir o seu consumo e se conscientizar em relação ao momento vivido pelo país.
Importação de energia
Segundo André Pepitone, diretor-geral da Aneel, o aumento nas bandeiras tarifárias e a criação das mesmas servem para o custeio extra da geração de energia, que segue insuficiente. Devido a esta situação, o Brasil tem que importar energia de países vizinhos, o que torna o custo ainda mais elevado, podendo chegar a R$ 8,6 bilhões.
“Nós temos que ter uma geração adicional para enfrentar a escassez hídrica. Nessa geração adicional está contemplada a importação de energia da Argentina e do Uruguai, geração termoelétrica adicional”, disse o diretor-geral da Aneel.
Como visto, a conta de luz vai ficar mais cara e quem acabará pagando um alto preço é a população brasileira.