Setor de turismo sofre grande queda no faturamento em março
A queda alcança 84% em relação ao mesmo período do ano anterior
A pandemia do COVID-19 segue fazendo suas vítimas no Brasil. O aumento de casos confirmados e mortes vem crescendo. Contudo, não é só na saúde que o caos está instalado. A economia vem sofrendo muito com a quarentena e o isolamento social. Um dos setores que sofreu uma grande perda foi o turismo e os números dimensionam a crise.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), houve uma queda de faturamento de 84% em relação ao mesmo período do ano passado. Somente na segunda quinzena de março, o setor de turismo perdeu em torno de R$ 11 bilhões devido aos problemas relacionados ao coronavírus.
Um número que impressiona foi o dos cancelamentos de voos domésticos e internacionais. A média diária nos primeiros dias do mês de março era de 4%, no entanto, alcançou a marca de 88% no final do mês. Os quatro principais aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro tiveram uma taxa de cancelamento superior a 80% no final do último mês. Para piorar, os aeroportos de cidades como Goiânia e Salvador chegaram a zerar o número de voos em alguns dias.
Ainda não há uma previsão para a retomada da economia no país, sendo que tudo dependerá do avanço ou não da pandemia do COVID-19.
Coronavírus: Páscoa deverá ter queda histórica nas vendas
Segundo CNC, poderá existir uma perda de até 738 milhões de reais em relação à 2019
O período de páscoa é um dos mais esperados pelos lojistas e vendedores, pois há um aumento significativo nas vendas. No entanto, a pandemia do coronavírus mudou o cenário e agora os números são contra a expectativa de boas vendas. De acordo com o Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), uma queda história de 31,6% poderá acontecer em relação à 2019.
Isso significa que o comércio pode deixar de vender até R$738 milhões se comparado ao último ano. Ainda segundo o CNC, o faturamento do varejo na páscoa deve alcançar R$1,598 bilhão este ano, contra R$2,336 bilhões do ano passado. Existia uma grande expectativa para esta páscoa, pois era esperado um aumento de 5,5% nas vendas, o que não irá mais acontecer.
Em meio à crise causada pela pandemia do COVID-19, os comerciantes precisaram se reinventar para conseguir vender seus produtos. Muitas lojas de chocolate adotaram medidas para tentar amenizar a queda nas vendas e estão utilizando a internet como uma forma de aumentar o consumo dos clientes. Seja por site, aplicativo de mensagens ou até mesmo delivery, o comércio tenta sobreviver ao caos causado pelo coronavírus.
Inflação para o mês de março é a menor desde a implementação do plano real
Segundo o IBGE, no mês de março a inflação foi de 0,07%
A inflação do país, que é calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou na casa 0,07% no mês de março. Desde a implementação do plano real, em 1994, este é o menor valor para um mês de março. Em comparação com fevereiro, a inflação apresentou queda, pois no último mês atingiu 0,25%.
O IBGE (Instituto Nacional de Geografia e Estatística) também informou nesta quinta-feira (9), que o IPCA acumula taxas de 0,53% no ano e de 3,3% em 12 meses. Apesar de ter suspendido desde o dia 18 de março a coleta de preços de maneira presencial, o IBGE segue coletando dados através da internet, telefone e e-mail. A pausa de coleta presencial se deu por conta da pandemia do coronavírus.
A maior alta da inflação se deu no grupo de alimentos e bebidas, alcançando a marca de 1,13%. Os maiores vilões para esta suba foram o ovo de galinha (4,67%), a batata-inglesa (8,16%), o tomate (15,74%), a cebola (20,31%) e a cenoura (20,39%). Por outro lado, o transporte ajudou a frear a inflação com uma deflação de 0,90%. A queda nos preços foi sentida em itens como passagens aéreas (-16,75%), etanol (-2,82%), óleo diesel (-2,55%), gasolina (-1,75%) e gás veicular (-0,78%).
A queda do varejo é um dos setores que mais afeta a economia
Vendas, que tiveram aumento em fevereiro, sofreram uma grande queda
O mundo vem a grave pandemia do coronavírus (Covid-19) e aos poucos o impacto vem sendo sofrido. No setor econômico, o varejo vem sendo um grande vilão por conta da sua drástica queda de arrecadação. O aumento das vendas de fevereiro ficou para trás e agora o setor vem sofrendo com o pouco consumo. Isso afeta principalmente o PIB do país, pois o gasto dos consumidores corresponde a dois terços do mesmo.
Segundo o Serasa Experian, a redução do consumo foi generalizada. Tanto itens de alto valor como de baixo valor tiveram vendas muito abaixo do normal. Essa queda de consumo está sendo considerada como uma das maiores em décadas. Com esses fatores, a crise começa a fechar o comércio e, consequentemente, o desemprego aumenta.
Luiz Rabi, economista do Serasa Experian falou sobre o assunto.
“Com as pessoas ficando mais em casa e muitas lojas físicas fechadas, cai automaticamente o consumo de itens, principalmente os não essenciais.”
O governo federal, mesmo de maneira lenta, vem tentando amenizar a crise econômica no Brasil. As medidas adotadas beneficiam o cidadão e o empresário, mas para especialistas isso é muito pouco perto da dimensão do problema que está sendo enfrentado. Mesmo assim, é considerado inédito a liberação de tanto capital para movimentar a economia.
Governo poderá antecipar o plano safra 2020/21
Ministra da Agricultura irá reunir-se com Ministro da Economia para debater o assunto
Os produtores rurais brasileiros já estão preocupados com a próxima safra. Os agricultores estão temendo uma menor oferta de crédito por conta do atual cenário econômico que o país enfrenta em decorrência do COVID-19. É justamente por conta disso que o governo federal está cogitando antecipar o Plano Safra 2020/21 para dar uma “luz” aos produtores. Tereza Cristina, ministra da Agricultura, foi quem concedeu a informação através de videoconferência transmitida pela internet e que contou com representantes do setor do agronegócio.
“Estamos pensando em tentar antecipar o Plano Safra para dar um norte para aqueles que tomam esse recurso. Mas a gente sabe que ele é 40% só do que se precisa para tocar uma safra do tamanho da safra brasileira, para que essa engrenagem toda trabalhe. Então, realmente esse é o assunto número um das minhas preocupações e da minha gestão.”
O financiamento governamental atinge agricultores brasileiros, sejam familiares ou empresarias. No entanto, a ministra foi enfática ao dizer que isso não será o suficiente para suprir a demanda do setor. Desta forma, irá se reunir nesta semana com Paulo Guedes, ministro da Economia, para discutir este assunto.
Auxílio emergencial para não cadastrados será feito por aplicativo
Após a aprovação, benefício poderá ser sacado até mesmo em casas lotéricas
Em meio a uma eminente crise que o país vive, boas notícias surgiram recentemente. O benefício emergencial de R$ 600,00 foi aprovado pelo governo federal e em breve começará a ser pago. Para os que se enquadram para receber o benefício e não possuem o CadÚnico, a solicitação será feita através de aplicativo na internet. A partir da próxima terça-feira (7), a solicitação já poderá ser feita. A estimativa do governo é que os benefícios sejam pagos até o feriado de páscoa.
Em comunicado, o Ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, informou que o aplicativo será bastante simplificado e que não trará nenhuma taxa ou ônus ao cidadão. A aprovação do cadastro poderá levar até 48 horas e o benefício será credito pela Caixa Econômica, Banco do Brasil ou rede bancária privada. Os saques serão autorizados nas casas lotéricas, enquanto nos caixas eletrônicos a disponibilização será num futuro breve.
“Queremos trazer tranquilidade para as pessoas. O esforço será pleno. Precisamos, neste momento, unir a todos. Prefeitos, governadores, parlamentares, poder executivo… estamos em uma guerra contra o coronavírus”, disse o ministro.
O auxílio emergencial irá variar entre R$600,00 a R$1200,00 dependendo de condições específicas de cada beneficiário. Em relação à beneficiários do Bolsa-Família, a expectativa é que os pagamentos comecem a ser feitos a partir do dia 16 de abril.
Instituições financeiras poderão pegar empréstimo com o Banco Central
BC anuncia que estarão disponíveis R$650 bilhões
Em meio à crise em que estamos vivendo, o Banco Central anunciou que irá liberar até R$ 650 bilhões na economia. Esse valor se refere a disponibilidade para empréstimo para instituições financeiras. As carteiras de crédito das instituições que optarem pelo dinheiro, ficarão como garantia de pagamento ao BC. Serão aceitos créditos com baixo nível de risco, sendo que dentro das exigências existe a garantia de valores superiores ao empréstimo. As operações terão prazo de, no mínimo, 30 dias e, no máximo, 359 dias corridos. A decisão foi tomada na última quarta-feira (1º), em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional.
“A fim de conferir maior segurança à operação, os créditos serão dados em garantia no âmbito de registradora de ativos financeiros e transferidos ao BC mediante a emissão de uma Letra Financeira Garantida (LFG), depositada em depositário central”, diz o comunicado emitido pelo BC.
Segundo o Banco Central, a medida é necessária para que o sistema financeiro nacional possa se manter estável em meio à pandemia do COVID-19. Em nota, o BC ainda informou que os principais bancos centrais do mundo têm utilizado essas linhas especiais de liquidez para combater a crise.
Coronavírus: Projetos pretendem amenizar problemas na economia
Medidas visam ajudar a população em geral e também empresas e profissionais liberais
Nesta última quarta-feira (1º), o Senador Irajá (PSD-TO), realizou uma transmissão virtual para falar sobre medidas que vem tomando para enfrentar o novo coronavírus (COVID-19). O Senador informou que apresentou dois projetos de lei visando ajudar na economia do país em tempos de crise. O primeiro deles suspende o despejo por atraso de aluguel e o corte de água, luz e telefone por inadimplência enquanto durar a fase crítica da pandemia que enfrentamos.
“Nós não podemos aceitar que diante de uma dificuldade tão grande as pessoas agora não possam ter seu teto para morar. Portanto, nesses 90 dias, aprovado esse projeto, nós teremos a garantia de que essas pessoas poderão continuar residindo nas suas casas, mesmo que ainda estejam inadimplentes. O projeto também protege as pessoas que estão alugando seus imóveis, porque, depois, o cidadão terá que honrar esse compromisso”, frisou.
No entanto, as medidas não atingem somente a população em geral. Irajá também analisou o momento e apresentou um projeto de lei pensando nas empresas e profissionais liberais. Nele, suspende provisoriamente, na folha de pagamento, os impostos e contribuições como FGTS, INSS, salário-educação e outras contribuições.
Ministro da economia define prazo para o fim do isolamento social
Paulo Guedes ainda disse que a economia do país precisa voltar a funcionar
No último domingo (29), o Ministro da Economia, Paulo Guedes, deu uma declaração que pode gerar polêmica. Guedes afirmou que, se em dois meses o isolamento social não funcionar dentro de dois meses, a economia deverá voltar a funcionar. A fala aconteceu durante uma videoconferência com a Confederação Nacional dos Municípios (CMN). No entanto, afirmou que se como economista a sua preferência é pela retomada da produção, mas como cidadão prefere o isolamento social.
“Essa linha de equilíbrio é difícil, mas é coisa de dois ou três meses, vai rachar pra um lado ou para o outro. Ou funciona o isolamento em dois meses ou vai ter que liberar porque a economia não pode parar também, senão desmonta o país todo”, afirmou o Ministro.
Em sua fala, Paulo Guedes frisou a importância do isolamento como medida de prevenção ao coronavírus. Contudo, sempre voltava no assunto economia, citando que ela pode entrar em colapso em pouco tempo. O Ministro ainda fez uma comparação entre o tempo adequado para a quarentena e até quando a economia pode aguentar da forma como está.
“Estamos esticados, espremidos, porque mais de dois ou três meses a economia não aguenta, mas menos de três meses parece que a saúde também se precipita. Então é uma decisão difícil.”
O Ministro Paulo Guedes se manteve divido em suas opiniões, não tendo uma posição concreta sobre como se deve proceder frente a este problema. Prova disso, é que elogiou a medida adotada por governadores e prefeitos quanto a quarentena. Por outro lado, também defendeu a ideia do presidente Jair Bolsonaro, que tem dito que o isolamento tem que acabar e a economia precisa voltar a funcionar o mais rápido possível.
Coronavírus: Fim da quarentena não seria a solução para a economia
Ex-presidente do Banco Central afirma que uma 2ª crise iria se instalar no país
Os efeitos da pandemia gerada pelo coronavírus vêm surtindo efeitos, seja na saúde, seja na economia. O presidente Jair Bolsonaro e empresários defendem o término da quarentena em que o país se encontra, tudo isso com o foco para não existir problemas maiores na economia do país. Tanto o presidente como o empresariado defendem o chamado isolamento vertical, onde somente as pessoas das áreas de risco devem ficar em isolamento.
Contrariando isso, o ex-presidente do Banco Central, Arminio Fraga, defendeu o isolamento total, assim como determinam as autoridades de saúde. Fraga disse que a economia do país sofreria ainda um segundo baque caso o isolamento total não existisse. O ex-presidente do Banco Central, que vem de uma família de médicos, acredita que o fim da quarentena não seria bom para o país e que o foco deve ser no salvamento de vidas.
“É evidente que a opção é salvar vidas. Mas eu não creio que a economia se beneficiaria tanto (de uma suspensão da quarentena, que faria mais vítimas). E, num segundo momento, a economia poderia levar a um segundo baque” – disse.
Fraga ainda mencionou que quase 40% da população brasileira é idosa, portadora de doença crônica ou ambos. Salientou também que as pessoas não devem voltar a trabalhar como antes e o consumo será bastante baixo.
“Os que ficarão expostos são muito numerosos e vulneráveis. Nossa rede de hospitais, como aliás em boa parte do mundo, não estava preparada para uma emergência desse tamanho, seria uma catástrofe social. Isso foi ventilado no Reino Unido, e eles rapidamente desistiram. A ideia de que há uma relação de troca entre saúde e economia, na minha avaliação e de meus colegas do Ieps (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde), é que não é bem assim. As pessoas já estão muito assustadas e não vão sair consumindo mesmo que se decrete o fim do isolamento de repente” completou.
A divergência entre qual caminho tomar é grande, pois o executivo federal e empresários estão focados na economia do país. No entanto, estados e municípios seguem com decretos visando a saúde da população, assim como determinam os órgãos de saúde. As próximas semanas serão muito importantes para ver quais caminhos serão seguidos, pois tudo depende da análise do desenvolvimento ou não do vírus dentro do Brasil.