O drama após o óleo de comerciantes e pescadores na Bahia
Além do petróleo derramado nas praias causando danos ambientais, ele segue causando problemas até mesmo após ser retirado
Uma tragédia além do óleo vem consumindo quem vive e depende do mar e do turismo para viver nas regiões atingidas pelo óleo. Agora, os comerciantes viram turistas sumirem e pescadores sofrem para conseguir pescar algo.
Pois, quem irá para áreas afetadas pelo óleo mesmo que já tenha sido retirado? São poucas pessoas, e quando vão, não querem consumir derivados do mar.
Em entrevista do Portal R7 com comerciantes, um deles disse: “As pessoas estão deixando de vir à praia por causa desse óleo… A prefeitura da cidade, eles recolheram esse óleo, mas ainda estão meio ‘cabreiras’ como a gente fala, de vir até a praia”.
Já uma outra comerciante local: “fico desesperada, porque ninguém quer comer, ninguém quer peixe, não quer caranguejo, porque acham que ta com óleo, aí eu falo que não ta com óleo não. Ai meu comércio fica fraco, aí minha mercadoria fica tudo sobrando.”
Esse é o drama que vive os moradores, comerciantes e pescadores das regiões atingidas, mesmo após o óleo tendo sido removido. Faltando pouco tempo para o verão, todos esperam que esse problema seja solucionado logo.
Os órgãos têm prazo de até 48 horas para apurar o vazamento de óleo no Nordeste
O vazamento de óleo que já atingiu mais de 100 praias no Nordeste do Brasil. De acordo com o IBAMA, sete tartarugas, uma ave e um golfinho morreram, porém estima-se muito mais mortes de animais
No último sábado, o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, foi às redes sociais para se pronunciar sobre a poluição por petróleo que ocorre em 124 praias do Nordeste do país. De acordo com Ricardo, o presidente Jair Bolsonaro determinou que o Ibama, o Instituto de Conservação Chico Menedes e demais órgãos apurassem “as responsabilidades sobre as manchas de óleo que atingiram o nordeste brasileiro”
“Diversas equipes já estão em ação e na segunda-feira faremos vistoria in loco com o governador de Sergipe”, escreveu em sua publicação na rede social.
De acordo com o relatório do Instituo Nacional do Meio ambiente (IBAMA), sete de onze tartarugas resgatadas morrera. Uma ave e um golfinho também foram encontrados mortos. No entanto, estima-se que as mortes de animais por esse vazamento são muito maiores.
Golfinho é encontrado morto com manchas de óleo na praia de Taíba, Ceará
Uma professora de biologia foi quem identificou o golfinho na orla da praia em São Gonçalo do Amarante, no Ceará
Na manhã deste sábado (05 de outubro), um golfinho foi encontrado morto com manchas de óleo na orla da Praia de Taíba, em São Gonçalo do Amarante, Ceará. A professora de biologia Chirley Mara foi quem identificou o mamífero, que estava encalhado na areia, quando caminhava pelo local.
O golfinho apresentava resquícios de manchas de óleo na boca e nas nadadeiras. Além dele, uma caravela-portuguesa também foi encontrada morta. Ambos os animais foram removidos pela prefeitura municipal.
O IBAMA (Instituto Nacional do Meio Ambiente) já havia registrado outras mortes de animais por conseqüência do óleo, duas tartarugas em Taíba. Outras três também foram encontradas cobertas pelo líquido, mas ainda tinham vida.
124 praias do nordeste apresentam registro de manchas de óleo no Ceará, sete dessas praias foram consideradas impróprias devido à grande presença do material.
Municípios atingidos por óleo no Nordeste agora sobem para 23
As cidades que registraram esse problema estão espalhadas por oito estados. Segundo o Ibama, a origem do óleo ainda é desconhecida
O número de cidades afetadas pela mancha de óleo que atingiu o litoral do Nordeste subiu para 53, desde o início do mês. De acordo com o balanço mais recente divulgado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), já são 112 localidades em oito estados que são afetados pela mancha. Apenas na Bahia ainda não houve nenhum registro do problema.
Uma investigação do Ibama que monitora a situação desde o dia 2 de setembro, com o apoio do corpo de bombeiros do Distrito Federal, indica que o petróleo que está poluindo as praias é o mesmo, e que a origem não é do Brasil.
Segundo a investigação do instituto, o petróleo que está poluindo todas as praias é o mesmo. Trata-se de petróleo cru, ou seja, não se origina de nenhum derivado de óleo, como gasolina. No entanto, sua origem ainda não foi identificada. Em análise feita pela Petrobras, a empresa informou que o óleo encontrado não é produzido pelo Brasil.
Mesmo sendo de origem estrangeira, os responsáveis estão sujeitos a multas de até R$ 50 milhões, em conformidade com a Lei de Crimes Ambientais: Lei 9.605/1988.
O Ibama informou que requisitou apoio da Petrobras para atuar na limpeza de praias. Nos próximos dias, a empresa disponibilizará um contingente de cerca de 100 pessoas.
O instituto orienta as pessoas que identificarem manchas de óleo em alguma praia a entrar em contato com a prefeitura do local e com o instituto por meio da Linha Verde, no número 0800-618080.