Jair Bolsonaro lamentou a vitória de Alberto Fernández e diz que não irá parabenizar o candidato
Além disso, o presidente brasileiro disse que a população escolheu mal o presidente da Argentina
Nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro lamentou a vitória de Alberto Fernández na eleição presidencial da Argentina e disse que não irá parabenizar o candidato de centro-esquerda. Bolsonaro ainda reiterou que a Argentina pode ser afastada do Mercosul.
O presidente brasileiro foi perguntado se daria o os parabéns ao novo presidente da Argentina que derrotou o neoliberal Mauricio Macri na votação de domingo, Bolsonaro respondeu que não, mas que não irá se indispor.
“Vamos esperar o tempo para ver qual é a posição real dele na política. Ele vai assumir, vai tomar pé do que está acontecendo, e vamos ver qual linha ele vai adotar”.
Após a vitória de Fernández, Bolsonaro voltou a comentar sobre a possibilidade de tirar a Argentina do Mercosul, na qual o presidente brasileiro disse que irá analisar, caso o futuro governo do país vizinho prejudique o acordo negociado pelo bloco com a União Europeia.
“Se interferir (no acordo Mercosul-União Europeia), segundo o Paulo Guedes, nós, não digo que sairemos do Mercosul, mas podemos juntar ali Paraguai, não sei o que vai acontecer nas eleições do Uruguai, e decidirmos se a Argentina fere alguma cláusula do acordo ou não”, disse Jair Bolsonaro.
“Se ferir, podemos afastar a Argentina, mas a gente espera que nada disso seja necessário fazer. Espero que a Argentina não queira, na questão comercial, mudar o seu rumo”, acrescentou o presidente.
Projeto para moeda única no Mercosul será analisado
Ministro da Economia da Argentina analisa projetos para incluir moeda única
Esse tema foi alvo de discussão neste início de quarta-feira (17/07) entre os presidentes de bancos centrais e ministros de economias que compõem o bloco. Essa reunião foi durante a 54° Cúpula do Mercosul em Santa Fé, na Argentina, na qual Paulo Guedes afirma que existe há possibilidade da moeda única no Mercosul, mas em um “horizonte distante”.
O ministro da economia da Argentina Nicolás Dujovne, afirmou que o grupo macroeconômico da Mercosul analisará os projetos para incluir moeda única em Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
“Vamos fazer um trabalho nos países do Mercosul sobre as vantagens potenciais de uma moeda comum”, afirma Nicolás.
“Vamos fazer um estudo profundo de que mudanças deveríamos fazer antes de chegar neste processo que nos parece muito interessante.” Completa.
Paulo Guedes
Na última terça-feira, o Ministro da Economia do Brasil Paulo Guedes, afirmou que a possibilidade de uma moeda comum entre Brasil e Argentina está distante.
“Do ponto de vista objetivo, não houve nada disso ainda. Um conversa, estamos falando de um horizonte que desemborcaria numa moeda comum. Um horizonte mais distante.” Apontou Guerdes.
No entanto, o ministro também apontou que essa moeda única melhoraria a integração entre os dois países e beneficiaria a Argentina, visto que o país sofre desde o ano passado com fuga de capitais.
Jair Bolsonaro e Paulo Guedes em junho deste ano, chegaram a estudar a possibilidade da criação do “Peso Real”.
No início dos anos 90, desde o inicio do Mercosul existe intenção de se criar uma moeda única, ou seja, esse projeto não é de hoje. Porém, a desvalorização do real em 1999 e os choques econômicos, impediram essa concretização. No entanto, a diferença entre as inflações de Brasil e Argentina seria o grande problema a ser solucionado. Em uma nota do Banco Central (BC), afirmou que não possui estudos e nem projetos sobre o assunto.
Gerdau e setor automotivo devem sofrer com o acordo de livre comércio entre UE e Mercosul
A primeira avaliação para o setor de comércio, automotivo, de peças, dentre outros são negativo, visto que o acordo é mais favorável para as empresas europeias
O Brasil, no momento, tem uma tarifa de importação para automóveis de 35%, excluindo México e Mercosul. Com a redução dessa taxa, a concorrência européia poderá dificultar muito o setor doméstico. A Associação dos fabricantes Europeus de Automóveis (ACEA) elogiou muito o acordo, e previu um crescimento consideravelmente bom para a indústria automotiva da UE.
“Há um potencial real de crescimento na indústria automotiva da UE, levando em conta o tamanho do mercado do Mercosul, tanto em termos de população quanto de PIB”, declarou o secretário-geral da Acea, Erik Jonnaert.
As companhias de autopeças também deverão ser afetadas. Neste setor as tarifas de importação variam entre 14% e 18%, e o Brasil, atualmente, importa 4,2 bilhões em peças da Europa.
Outro setor que também pode sofrer com o acordo, é o setor siderúrgico, como Usiminas (USIM5), Gerdau(GGBR4) e CSN (CSNA3). A empresa produtora de aços do Brasil fez uma crítica ao acordo de livre comércio nesta segunda-feira, afirmando que o acordo não será positivo para o setor.
“Com o acordo, a indústria brasileira do aço perde a preferência em relação ao Mercosul e ainda corre risco de ter material de países fora do bloco da União Europeia, entrando no mercado por meio de empresas da região travestido de material local”, citou o Instituto Aço Brasil (IAbr).
Segundo o Instituto de Aço Brasil, os produtores de aços brasileiros possuem uma ociosidade de 34% na capacidade instalada.
Bolsonaro comemora acordo comercial com a União Europeia: “HISTÓRICO” – cita o mandatário
O atual presidente comemorou muito o acordo fechado entre a Mercosul e a União Europeia, um dos acordos comerciais mais esperados nos últimos anos.
Nessa Sexta-feira, aconteceu um dos acordos vinha sendo aguardado há décadas entre a Mercosul e a União Europeia. Este acordo pode trazer um grande potencial econômico para o país. O presidente Bolsonaro comemorou muito este marco numa de suas redes sociais:
“Histórico! Nossa equipe, liderada pelo Embaixador Ernesto Araújo, acaba de fechar o Acordo Mercosul-UE, que vinha sendo negociado sem sucesso desde 1999. Esse será um dos acordos comerciais mais importantes de todos os tempos e trará benefícios enormes para nossa economia”, – escreveu Bolsonaro
O mandatário brasileiro destacou que “Juntos, Mercosul e UE representam 1/4 da economia mundial e agora os produtores brasileiros terão acesso a esse enorme mercado”. E também não deixou de agradecer às pessoas que o ajudaram: “Parabenizo também os Ministros Paulo Guedes e Tereza Cristina, bem como as equipes de seus ministérios, pelo empenho neste objetivo. GRANDE DIA!”
Logo após, Tereza Cristina, ministra da Agricultura respondeu, no twitter, o presidente Bolsonaro: “Momento aguardado há 20 anos! Um grande dia para todos nós! Obrigada, presidente!”
Argentina
Quem também se manifestou nas redes sociais foi o ministro da Fazenda da Argentina, Nicolás Dujovne. O ministro fez a seguinte publicação na sua conta do Twitter:
“A assinatura do acordo Mercosul-UE é um fato histórico. O acordo tem um potencial enorme para aumentar os investimentos, fundamental para conseguir um crescimento sustentado, a geração de emprego e a redução da pobreza no nosso país”, citou Nicolás Dujovne