Porteiro do caso Marielle que falou de Bolsonaro, não é o mesmo
Seis peritos no caso assinaram o documento com as provas nas quais confirmam que o áudio da conversa não sofreu nenhum tipo de edição
Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, a voz do porteiro que permitiu a entrada de Élcio Queiroz, ex-PM, no condomínio Vivendas da Barra, exatamente no dia da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, não é o mesmo. Conforme o jornal O Globo, o funcionário que mencionou Jair Bolsonaro não é o mesmo, segundo também laudo da perícia, que confirmou que a voz não é a mesma.
Além disso, de acordo com as informações, o áudio não sofreu nenhum tipo de edição. Somado a isso, quem autorizou a entrada do Élcio no condomínio, foi o policial reformado Ronnie Lessa, na qual ambos estão presos por ter cometido o crime contra Marielle e Anderson.
Seis peritos assinaram o documento com as provas nas quais confirmam que o áudio da conversa não sofreu nenhum tipo de edição.
No primeiro depoimento do porteiro Alberto Mateus, ele disse que confirmou a entrada de Elcio Queiroz, na qual era o “seu Jair”, segundo ele. Porém, em novembro, ele destorceu seu depoimento e disse que havia lançado errado o registro da entrada de Elcio na casa de Bolsonaro, a de número 58.
Ou seja, de acordo com a analise feita, o áudio da conversas possui a fala correta do porteiro. “possui características convergentes com a fala padrão coletada pelo porteiro Z, mais do que qualquer dos outros porteiros analisados”. Somado a isso, o “Porteiro Z” não é o mesmo que citou o presidente Jair Bolsonaro.
Jair Bolsonaro volta a falar sobre o caso Marille
“No caso Marielle, outras acusões virão” disse Bolsonaro, mesmo sem ser questionado sobre o assunto
Nesta última sexta-feira (13 de dezembro), o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre o caso Marielle Franco, mesmo sem ser questionado falou “No caso Marielle, outras acusações virão. Armações, vocês sabem de quem” disse o presidente.
No entanto, Bolsonaro não disse nomes e nem deu indícios de quem seriam os autores das armações contra ele. “Mas a gente tem um compromisso: mudar o destino do Brasil”, completou o presidente.
Essas declarações de Bolsonaro foi enquanto ele falava com seus apoiadores, em frente ao Palácio do Planalto. O presidente falava sobre seu governo estar dando bons resultados e citou a imprensa. “apesar de grande parte da imprensa, de gente do mal, pessoas que querem voltar ao que era antes”.
Segundo Bolsonaro, a esquerda não se interessa em resolver o caso Marielle
Para ele, a esquerda quer se beneficiar, usar a morte da ex-vereadora em causa própria
Nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse que a esquerda deseja usar a morte da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista dela Anderson Gomespara se beneficiar em causa própria. “Parece que para a esquerda não interessa resolver o caso Marielle. Interessa continuar usando a morte dela em causa própria”, disse o presidente.
Além disso, Bolsonaro ainda se mostrou irritado com o fato de sua família estar sendo ligada ao caso. “Agora o Carlos Bolsonaro que é o responsável, pô?! Que que os caras querem? Ligar a família ao caso Marielle? Qual é a intenção?”, questionou.
No entanto, a Polícia Civil investiga e tralha com a possibilidade do envolvimento do filho de Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) na morte de Marielle e de Anderson Gomes. É o que informa a Rádio CBN.
“Eu, por exemplo, alguém me viu uma vez conversando com a Marielle? Não conversei por falta de oportunidade, se tivesse teria conversado com ela”, disse Jair Bolsonaro.
Porém, Bolsonaro mudou de assunto e voltou a citar o caso Adélio Bispo, sobre a facada contra ele durante a campanha eleitoral em 2018. “O caso mais importante vocês não perguntam. O caso Adélio, então filiado ao PSOL. Eu não faço acusações infundadas contra o PSOL. Querem desviar o foco de atenção”, disse o presidente.
A Família de Marielle Franco não quer Sérgio Moro nas investigações
Foi feito um pedido pela procuradoria-geral para à justiça transformar as investigações em apuração federal sobre o assassinato de Marielle e Anderson Gomes
Foi divulgada recentemente uma nota pela família de Marielle Franco, na qual informa que discorda da postura de Sérgio Moro, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, que passou a defender a federalização das investigações da morte da Vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
“O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro obteve avanços importantes e por isso somos favoráveis a que a instituição permaneça responsável pela elucidação caso”, disse a família em nota assinada por parentes e pelo deputado federal Marcelo Freixo.
Na nota ainda dizia que Sérgio Moro sempre demonstrou pouco interesse pelas investigações do crime.
“Somente após a menção ao presidente da República, Jair Bolsonaro, no inquérito, o ministro começou a se declarar publicamente a favor da federalização. Acreditamos que Sérgio Moro contribuirá muito mais se ele permanecer afastado das apurações”, afirmaram em nota a mãe Marinete da Silva, o pai Antonio Francisco da Silva, a irmã Anielle Franco, Monica Benício (esposa) e Marcelo Freixo.
Se o caso for federalizado, irá passar a ser conduzido pela Justiça Federal e dessa forma as investigações seriam assumidas pela Polícia Federal, comandada por Sérgio Moro, dessa forma sairia da Polícia Civil e da Justiça do Rio de Janeiro.