Segundo levantamento do Ibama, 116 municípios os nove estados do NE e ES foram afetadas pelo Óleo
Até o momento são 643 localidades afetadas, incluindo praias, rios, ilhas e mangues
Neste domingo, foi divulgado um balanço feito pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de que o número de localidades atingidas pelo óleo chegou a 643. São 116 municípios de todos os nove Estados do Nordetes e do Espírito Santo foram afetados por fragmentos de petróleo, desde o dia 30 de agosto.
Além disso, o balanço do Ibama ainda indica que 18 localidades ainda possuem manchas de óleo. Somado a isso, 363 possuem fragmentos de petróleo e 262 limpas. Alagoas (3), Bahia (10), Sergipe (3) e Rio Grande do Norte (2) são os pontos com mais de 10% de contaminação.
Nas últimas 48 horas, os locais na qual foi avistado óleo pelo monitoramento do Ibama foram a Praia de Três Coqueiros, na Bahia e também os manguezais da Ilha do Caju, no Maranhão.
A Super-Eco Tankers negou relação com o vazamento de óleo no Nordeste
A Shell enviou dois nomes de clientes que compraram os tambores encontrados no meio do piche que polui as praias do Nordeste do Brasil
Uma das empresas que comprou tambores de óleo da Shell encontrados nas praias da Nordeste, foi a Super-Eco Tankers Management, é o que confirma o jornal O Estado de S.Paulo. Eles atuam com o transporte de óleo em águas brasileiras, porém negaram que tenha ocorrido acidente com o seu navio-tanque.
A fabricante dos óleos, a Shell, encaminhou no dia 17 de outubro dois nomes de clientes que compraram os tambores encontrados no meio do piche que polui as praias brasileiras.
O primeiro cliente é a empresa Hamburg Trading House FZE, uma distribuidora com base nos Emirados Árabes, na qual adquiriu 20 tambores atrelados ao lote que foi encontrado nas praias do Nordeste do Brasil. O segundo cliente é a empresa Super-Eco Tankers Management, na qual possui base em Monróvia, na Libéria e na sede da Grécia.
De acordo com a Shell, a Super-Eco comprou cinco tambores relacionados ao lote do tonel encontrado no Brasil. Na reportagem, foram enviadas diversas perguntas à matriz da empresa que afirmou “navio-tanque Elektra, sob a gestão da Super-Eco Tankers Management Inc. opera em águas brasileiras transportando apenas óleo refinado para exportação”.
Ainda segundo a empresa “a embarcação não está envolvida no transporte de petróleo bruto e, portanto, não está conectada ao petróleo encontrado nas praias brasileiras”. A companhia afirma ainda que “o navio nunca esteve envolvido em nenhum incidente relacionado à poluição por óleo”.
No entanto, a PF (Polícia Federal) e a Marinha acionaram para que a empresta preste informações e esclarecimento sobre o caso. Já a fabricante Shell, declarou que os tambores não foram produzidos ou comercializados pela Shell Brasil. Além disso, se trata de embalagem usada para guardar produto diferente do Petróleo que vem poluindo as praias nordestinas.
O drama após o óleo de comerciantes e pescadores na Bahia
Além do petróleo derramado nas praias causando danos ambientais, ele segue causando problemas até mesmo após ser retirado
Uma tragédia além do óleo vem consumindo quem vive e depende do mar e do turismo para viver nas regiões atingidas pelo óleo. Agora, os comerciantes viram turistas sumirem e pescadores sofrem para conseguir pescar algo.
Pois, quem irá para áreas afetadas pelo óleo mesmo que já tenha sido retirado? São poucas pessoas, e quando vão, não querem consumir derivados do mar.
Em entrevista do Portal R7 com comerciantes, um deles disse: “As pessoas estão deixando de vir à praia por causa desse óleo… A prefeitura da cidade, eles recolheram esse óleo, mas ainda estão meio ‘cabreiras’ como a gente fala, de vir até a praia”.
Já uma outra comerciante local: “fico desesperada, porque ninguém quer comer, ninguém quer peixe, não quer caranguejo, porque acham que ta com óleo, aí eu falo que não ta com óleo não. Ai meu comércio fica fraco, aí minha mercadoria fica tudo sobrando.”
Esse é o drama que vive os moradores, comerciantes e pescadores das regiões atingidas, mesmo após o óleo tendo sido removido. Faltando pouco tempo para o verão, todos esperam que esse problema seja solucionado logo.
A Marinha já retirou cerca de 900 toneladas de óleo das praias do nordeste
Até a última segunda-feira 21, a marinha já havia retirado cerca de 150 caminhões carregados de resíduos de óleo das praias do nordeste
Na última segunda-feira, a Marinha divulgou o boletim de ações, que já foram recolhidas 900 toneladas de óleo das praias do nordeste que foram atingidas pelas manchas. O número de toneladas equivale a 150 caminhões carregados com os resíduos.
Além disso, a Marinha ainda disponibilizou o número de telefone 185, para que a população também colabore e se conscientize ligando para a Marinha e indicando locais onde estão sendo vistas novas manchas de óleo nas praias.
No entanto, mesmo com o esforço da Marinha e também de parte da população que estavam ajudando, ainda não da para prever o fim das manchas. A praia de Carneiros, em Pernambuco, uma das 12 mais bonitas do mundo é uma das afetadas pelo óleo.
Os suspeitos por manchas de óleo no Nordeste driblam os radares
Os chamados “navios fantasmas” driblam os radares e navegam sem registro oficial
Os principais suspeitos das manchas de óleo nas praias do Nordeste são ligados a Venezuela. Além disso, a circulação de navios fantasmas petroleiros pelo Atlântico podem ser motivadas através das sanções econômicas dos Estados Unidos à Venezuela, é o que dizem os especialistas do caso. Foram diversas analises do petróleo que vem poluindo as praias brasileiras, na qual já atingem 156 localidades de 71 cidades, ao que tudo indica, essas manchas de óleo são venezuelanas. No entanto, a origem do poluente ainda é desconhecida.
Para burlar a lei, os navios fantasmas que navegam sem registro oficial, trocam de nome e desligam o transponde, o aparelho na qual é obrigatório em todas as embarcações, registrando a localização em tempo real de cada navio.
De acordo com o economista Edmar Almeida, da Universidade Federal do Rio (RFRJ) “Historicamente, parte do petróleo produzido sempre foi comercializado por canais não oficiais” explica.
“Tanto é que nas estatísticas do petróleo há diferença entre o que é declarado como produção e o que é declarado como consumo.” Completa o economista.
Ainda segundo Edmar, isso pode acontecer por diversos fatores, como guerras conflitos internacionais, roubo e tráfico de petróleo ou também sanções econômicas.
Marinha
A Marinha, em nota disse que são realizadas rotineiramente patrulhas e inspeções navais”, nas quais incluem delitos ambientais. Somado a isso, lembram também que o Brasil participa de diversos grupos de trabalhos internacionais que acompanham o tráfego marítimo.
“Os pontos considerados mais sensíveis são as ‘novas ameaças’, como pirataria, terrorismo e acidentes ambientais.”
As manchas de óleo chegaram a Salvador e em mais praias da Bahia
O Nordeste sofre deste setembro com o Petróleo, que agora chegou a Salvador , Lauro de Freitas, Camaçari, Mata de São João e entre outras
Só na Bahia, o número de praias atingidas pelas manchas de óleo subiu para oito. Isso foi descoberto após os agentes químicos chegarem à praia de Piatã, em Salvador. Essa informação foi confirmada pelo Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos),órgão ligado ao governo do estado. O litoral nordestino sofre com as manchas desde de setembro.
Além de Lauro de Freitas, os locais atingidos são: Piatã, Camaçari, Mata de São João, Entre Rios, Esplanada, Conde e Jandaíra. Totalizando, são oito cidades de 14 praias.
Abaixo, confira a lista de cidades e praias atingidas pelo óleo:
Salvador:
Piatã;
Lauro de Freitas:
Vilas do Atlântico;
Camaçari:
Arembepe;
Guarajuba;
Itacimirim;
Jauá;
Mata de São João:
Praia do Forte;
Entre Rios:
Subaúma;
Porto de Sauípe;
Costa do Sauípe;
Esplanada:
Baixio;
Conde:
Barra da Siribinha;
Sítio do Conde;
Jandaíra:
Mangue Seco;
Origem do óleo
Nesta quinta-feira (10) foi divulgado o laudo de que o óleo achado no Nordeste, é da bacia petrolífera da Venezuela, de acordo com a Universidade Federal da Bahia, a UFBA. Anteriormente, as análises da Marinha e da Petrobras já haviam indicado que o poluente tinha origem no país vizinho. No entanto, o governo Nicolás Maduro, porém, nega que o petróleo seja da Venezuela.
Mas, de acordo com a diretora do Instituto de Geociências da universidade, Olívia Oliveira, a análise de amostras recolhidas no litoral da Bahia e de Sergipe, apresentou a presença de carbono e de biomarcadores que possuem semelhança com um dos tipos de petróleo produzido na Venezuela.