Óleo atinge santuário de tartarugas e se aproxima do Rio de Janeiro
O santuário fica no Espírito Santo e o óleo foi encontrado também em ao menos 23 localidades capixabas e pode avançar mais ainda nos próximos dias
Ao todos, os locais atingidos pelas manchas de óleo até o momento no Brasil são 546 e aumentando. Nesta última quarta-feira (13), chegou também na Reserva Biológica de Comboios, na Praia da Regência, na qual fica localizada no município de Linhares, Espírito Santo. A reserva abrange de 784 hectares e é uma unidade de preservação do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Além disso, é também considerada como o santuário de tartarugas marinhas.
No domingo passado, o óleo já havia chegado no Pontal do Iporanga, no mesmo município, na qual é uma área de desova de tartarugas marinhas. O petróleo já foi encontrado em 23 locais capixabas e com grandes possibilidades de chegar ao Estado do Rio de Janeiro nos próximos dias.
Segundo a prefeitura de Linhares, as manchas de óleo encontradas na região foram em pequenas quantidades e que oito militares do Exército teriam se deslocado para retirar essa substância do local.
De acordo com a secretaria municipal do Meio Ambiente e Recursos Hídricos Naturais, fizeram um trabalho para identificar e tentar minimizar os impactos que pudessem vir a causar danos sobre os locais das desovas. Além disso, as equipes de limpeza das praias não utilizam maquinário pesado para não provocar o soterramento dos ninhos algo semelhante que coloque em risco as desovas.
Ontem na Bahia, mais uma tartaruga foi encontrada morta.
O DOU define o mapa de defesos para as áreas atingidas afetadas por óleo
Serão períodos adicionais e conforme as normas do Ibama, vão do dia 1° de novembro a 31 de dezembro de 2019
Nesta terça-feira (29 de outubro), o DOU (Diário Oficial da União) publicou a instrução do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), na qual irá estabelecer os períodos de defeso adicionais nas atividades de pesca das áreas atingidas pelo óleo nas praias do nordeste, principalmente neste ano.
Essa medida é por causa da “grave situação ambiental resultante de provável contaminação química por derramamento de óleo no litoral da Região Nordeste, proibindo a atividade pesqueira”. É o que diz o documento.
Defeso
O Ministério já havia anunciado o pagamento de uma parcela do seguro-defeso, em novembro para aproximadamente 60 mil pescadores artesanais afetados pela poluição do óleo.
Além disso, terão direito aos benefícios os pescadores artesanais que receberam seguro-defeso em 2019 e exercem suas atividades nas áreas afetadas pelo petróleo, segundo o acordo com o mapeamento do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis.
“Durante o período de reprodução das espécies, em que os pescadores não podem trabalhar, é pago um salário mínimo por mês de defeso. O seguro defeso varia de três a cinco meses por ano, dependendo da área de pesca e da espécie. O pagamento é feito pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)”, diz o ministério.
A Super-Eco Tankers negou relação com o vazamento de óleo no Nordeste
A Shell enviou dois nomes de clientes que compraram os tambores encontrados no meio do piche que polui as praias do Nordeste do Brasil
Uma das empresas que comprou tambores de óleo da Shell encontrados nas praias da Nordeste, foi a Super-Eco Tankers Management, é o que confirma o jornal O Estado de S.Paulo. Eles atuam com o transporte de óleo em águas brasileiras, porém negaram que tenha ocorrido acidente com o seu navio-tanque.
A fabricante dos óleos, a Shell, encaminhou no dia 17 de outubro dois nomes de clientes que compraram os tambores encontrados no meio do piche que polui as praias brasileiras.
O primeiro cliente é a empresa Hamburg Trading House FZE, uma distribuidora com base nos Emirados Árabes, na qual adquiriu 20 tambores atrelados ao lote que foi encontrado nas praias do Nordeste do Brasil. O segundo cliente é a empresa Super-Eco Tankers Management, na qual possui base em Monróvia, na Libéria e na sede da Grécia.
De acordo com a Shell, a Super-Eco comprou cinco tambores relacionados ao lote do tonel encontrado no Brasil. Na reportagem, foram enviadas diversas perguntas à matriz da empresa que afirmou “navio-tanque Elektra, sob a gestão da Super-Eco Tankers Management Inc. opera em águas brasileiras transportando apenas óleo refinado para exportação”.
Ainda segundo a empresa “a embarcação não está envolvida no transporte de petróleo bruto e, portanto, não está conectada ao petróleo encontrado nas praias brasileiras”. A companhia afirma ainda que “o navio nunca esteve envolvido em nenhum incidente relacionado à poluição por óleo”.
No entanto, a PF (Polícia Federal) e a Marinha acionaram para que a empresta preste informações e esclarecimento sobre o caso. Já a fabricante Shell, declarou que os tambores não foram produzidos ou comercializados pela Shell Brasil. Além disso, se trata de embalagem usada para guardar produto diferente do Petróleo que vem poluindo as praias nordestinas.
O drama após o óleo de comerciantes e pescadores na Bahia
Além do petróleo derramado nas praias causando danos ambientais, ele segue causando problemas até mesmo após ser retirado
Uma tragédia além do óleo vem consumindo quem vive e depende do mar e do turismo para viver nas regiões atingidas pelo óleo. Agora, os comerciantes viram turistas sumirem e pescadores sofrem para conseguir pescar algo.
Pois, quem irá para áreas afetadas pelo óleo mesmo que já tenha sido retirado? São poucas pessoas, e quando vão, não querem consumir derivados do mar.
Em entrevista do Portal R7 com comerciantes, um deles disse: “As pessoas estão deixando de vir à praia por causa desse óleo… A prefeitura da cidade, eles recolheram esse óleo, mas ainda estão meio ‘cabreiras’ como a gente fala, de vir até a praia”.
Já uma outra comerciante local: “fico desesperada, porque ninguém quer comer, ninguém quer peixe, não quer caranguejo, porque acham que ta com óleo, aí eu falo que não ta com óleo não. Ai meu comércio fica fraco, aí minha mercadoria fica tudo sobrando.”
Esse é o drama que vive os moradores, comerciantes e pescadores das regiões atingidas, mesmo após o óleo tendo sido removido. Faltando pouco tempo para o verão, todos esperam que esse problema seja solucionado logo.
A Marinha já retirou cerca de 900 toneladas de óleo das praias do nordeste
Até a última segunda-feira 21, a marinha já havia retirado cerca de 150 caminhões carregados de resíduos de óleo das praias do nordeste
Na última segunda-feira, a Marinha divulgou o boletim de ações, que já foram recolhidas 900 toneladas de óleo das praias do nordeste que foram atingidas pelas manchas. O número de toneladas equivale a 150 caminhões carregados com os resíduos.
Além disso, a Marinha ainda disponibilizou o número de telefone 185, para que a população também colabore e se conscientize ligando para a Marinha e indicando locais onde estão sendo vistas novas manchas de óleo nas praias.
No entanto, mesmo com o esforço da Marinha e também de parte da população que estavam ajudando, ainda não da para prever o fim das manchas. A praia de Carneiros, em Pernambuco, uma das 12 mais bonitas do mundo é uma das afetadas pelo óleo.
Os suspeitos por manchas de óleo no Nordeste driblam os radares
Os chamados “navios fantasmas” driblam os radares e navegam sem registro oficial
Os principais suspeitos das manchas de óleo nas praias do Nordeste são ligados a Venezuela. Além disso, a circulação de navios fantasmas petroleiros pelo Atlântico podem ser motivadas através das sanções econômicas dos Estados Unidos à Venezuela, é o que dizem os especialistas do caso. Foram diversas analises do petróleo que vem poluindo as praias brasileiras, na qual já atingem 156 localidades de 71 cidades, ao que tudo indica, essas manchas de óleo são venezuelanas. No entanto, a origem do poluente ainda é desconhecida.
Para burlar a lei, os navios fantasmas que navegam sem registro oficial, trocam de nome e desligam o transponde, o aparelho na qual é obrigatório em todas as embarcações, registrando a localização em tempo real de cada navio.
De acordo com o economista Edmar Almeida, da Universidade Federal do Rio (RFRJ) “Historicamente, parte do petróleo produzido sempre foi comercializado por canais não oficiais” explica.
“Tanto é que nas estatísticas do petróleo há diferença entre o que é declarado como produção e o que é declarado como consumo.” Completa o economista.
Ainda segundo Edmar, isso pode acontecer por diversos fatores, como guerras conflitos internacionais, roubo e tráfico de petróleo ou também sanções econômicas.
Marinha
A Marinha, em nota disse que são realizadas rotineiramente patrulhas e inspeções navais”, nas quais incluem delitos ambientais. Somado a isso, lembram também que o Brasil participa de diversos grupos de trabalhos internacionais que acompanham o tráfego marítimo.
“Os pontos considerados mais sensíveis são as ‘novas ameaças’, como pirataria, terrorismo e acidentes ambientais.”
As manchas de óleo chegaram a Salvador e em mais praias da Bahia
O Nordeste sofre deste setembro com o Petróleo, que agora chegou a Salvador , Lauro de Freitas, Camaçari, Mata de São João e entre outras
Só na Bahia, o número de praias atingidas pelas manchas de óleo subiu para oito. Isso foi descoberto após os agentes químicos chegarem à praia de Piatã, em Salvador. Essa informação foi confirmada pelo Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos),órgão ligado ao governo do estado. O litoral nordestino sofre com as manchas desde de setembro.
Além de Lauro de Freitas, os locais atingidos são: Piatã, Camaçari, Mata de São João, Entre Rios, Esplanada, Conde e Jandaíra. Totalizando, são oito cidades de 14 praias.
Abaixo, confira a lista de cidades e praias atingidas pelo óleo:
Salvador:
Piatã;
Lauro de Freitas:
Vilas do Atlântico;
Camaçari:
Arembepe;
Guarajuba;
Itacimirim;
Jauá;
Mata de São João:
Praia do Forte;
Entre Rios:
Subaúma;
Porto de Sauípe;
Costa do Sauípe;
Esplanada:
Baixio;
Conde:
Barra da Siribinha;
Sítio do Conde;
Jandaíra:
Mangue Seco;
Origem do óleo
Nesta quinta-feira (10) foi divulgado o laudo de que o óleo achado no Nordeste, é da bacia petrolífera da Venezuela, de acordo com a Universidade Federal da Bahia, a UFBA. Anteriormente, as análises da Marinha e da Petrobras já haviam indicado que o poluente tinha origem no país vizinho. No entanto, o governo Nicolás Maduro, porém, nega que o petróleo seja da Venezuela.
Mas, de acordo com a diretora do Instituto de Geociências da universidade, Olívia Oliveira, a análise de amostras recolhidas no litoral da Bahia e de Sergipe, apresentou a presença de carbono e de biomarcadores que possuem semelhança com um dos tipos de petróleo produzido na Venezuela.