Fórmula para combater mosquito da dengue com partícula de amido de milho e óleo
Fórmula é desenvolvida pela Universidade Estadual de Campinas. A coordenadora do projeto afirma que o produto pode ser produzido em grande escala para que tenha baixo custo para a população.
Pesquisadores da FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos) da Unicamp, desenvolveram uma partícula composta por amido de milho e óleo essencial de tomilho, para combater as larvas do mosquito Aedes aegypti. O óleo é agente larvicida letal para o mosquito.
A partícula foi criada a partir da combinação dos dois compostos, ela funciona através da liberação controlada de larvicida para pequenos volumes hídricos que podem servir de criadouro para o Aedes aegypti, como em pneus, entulhos, vasos de planta e garrafas.
“Conseguimos obter uma partícula que se comporta exatamente como os ovos do mosquito. Enquanto o ambiente está seco, ela se mantém inerte e conserva o agente ativo protegido. A partir do momento em que entra em contato com a água, começa a inchar para permitir a liberação do larvicida”, explica a professora Ana Silvia Prata, coordenadora do estudo.
Segundo Ana Silvia, a partícula passa a liberar quantidades letais do princípio ativo na água após três dias, ou seja, no período em que os ovos eclodem e tem início a fase larval.
Função do amido de milho
A base partícula de amido de milho envolve o óleo de tomilho, que lentamente é liberado quando entra em contato com a água.
A professora ainda explica que “Enquanto a água estiver com a concentração do óleo, ele não será liberado. Secou e molhou de novo, aí que vai liberar mais óleo”
No entanto, para atingir o resultado desses produtos, o grupo fez testes em outros ingredientes igualmente sustentáveis. O que foi essencial para a escolha dos elementos em relaçãoaos descartados foi o custo,que teve cerca de 15 vezes menor.
“A gente projetou a partícula para ela ser seca e durar, ficar estocada. Não fizemos teste sistemático, mas, mesmo depois de um ano de produção, elas funcionaram”, afirmou.
Concentração do óleo essencial não afetaria a saúde
Segundo a professora da FEA, a concentração do óleo essencial de tomilho é muito baixa, o que não causaria danos à saúde de seres humanos e animais.
Solução sustentável e barata
Foi esclarecido pela professora Ana Silva que a partícula é barata e poderia ter sua produção em grande escala para distribuição à população. Ela afirma que seria uma medida complementar às campanhas que já existem no país.
“A partícula teria o preço de R$ 30 o quilo, sendo R$ 15 a matéria-prima e R$ 15 o custo de produção”, apontou a professora.
Todavia, apesar de ser feita com componentes presentes na cozinha, a partícula não pode ser produzida em casa. O formato e as características não poderiam ser alcançados sem que seja feito através dos métodos do laboratório.
“O óleo essencial de tomilho é um material altamente disponível, vendido comercialmente e representa apenas 5% da composição da partícula. Os outros 95% são amido de milho, que é muito barato”, pontuou a professora.