Bolsonaro critica novamente o isolamento por conta do coronavírus
O presidente ainda disse que as pessoas têm de se armar, para que impeçam uma ditadura que seria imposta pelos prefeitos e governadores
Mais uma vez o presidente da República, Jair Bolsonaro, faz criticas ao isolamento social por causa do coronavírus. Segundo o presidente, assim (como o isolamento) não vai dar pra continuar, em uma entrevista.
“Sabemos que devemos nos preocupar com o vírus, em especial os mais idosos, quem tem doenças, quem é fraco, mas [sem] essa de fechar a economia. 70 dias a economia fechada. Até quando isso vai durar?”, questionou o presidente. “Nós vamos enfrentar isso daí, eu lamento. Eu estou com 65 anos de idade, eu estou no grupo de risco.” disse Bolsonaro.
Além disso, na mesma entrevista, o presidente reclamou também novamente do STF (Supremo Tribunal Federal) por terem dado autoridade aos governadores sobre as medidas de isolamento social. Somado a isso, Bolsonaro voltou a citar a frase “é fácil colocar uma ditadura no Brasil”.
No entanto, essas não foram as únicas palavras do presidente. Visto que, Bolsonaro ainda disse que as pessoas têm de se armar, para que impeçam uma ditadura que seria imposta pelos prefeitos e governadores que estão com o isolamento social. Assim, o presidente acaba por incentivar a população a se armar e usar isso contra as causas as quais não concordam.
“Eu tenho obrigação como chefe de Estado de tomar decisões. Estou de mãos amarradas por decisão do Supremo Tribunal Federal que delegou a Estados e municípios essas medidas. Continuam chegando videos pra mim de pessoas sendo algemadas por estarem na rua. Isso não pode continuar assim. Como disse lá para o ministro, reservadamente, que eu não queria que tornasse público é fácil colocar uma ditadura no Brasil. O povo tá com medo dentro de casa”, ressalta.
Líder da OAB entrará na justiça contra Bolsonaro
O presidente do Brasil afirmou que se Felipe quiser, ele “conta a verdade”
Nesta segunda-feira, o líder da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Felipe Santa Cruz informou que vai até o STF (Supremo Tribunal Federal), para pedir esclarecimento ao presidente Jair Bolsonaro. Sobre o desaparecimento de seu pai Fernando Santa Cruz. Na qual foi desaparecido na época da ditadura militar.
Nota da assessoria de imprensa da OAB:
“O presidente da OAB vai interpelar o presidente da República no STF para que o presidente esclareça as informações que diz ter sobre a morte de seu pai, reconhecido como desaparecido. As circunstâncias do seu desaparecimento nunca foram esclarecidas pelo Estado”.
Um pouco mais cedo, o presidente Bolsonaro disse que contaria a verdade sobre como Fernando Santa Cruz desapareceu na ditadura militar.
“Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade”, disse Bolsonaro em entrevista.
O diretor da OAB Felipe Santa Cruz, é filho de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, na qual era integrante de um grupo chamado AP (Ação Popular) que era contra o regime militar. O governo o prendeu no ano de 1974 e desde então nunca mais foi visto. No ano de 2012, no livro “Memórias de uma Guerra Suja”, o ex delegado Cláudio Guerra, do Dops, revelou que o corpo de Fernando foi incinerado no forno de uma usina de açúcar em Campos.
Após isso, Jair Bolsonaro voltou a se manifestar, via transmissão ao vivo no facebook. Na qual dizia que Fernando Santa Cruz fazia parte do “grupo terrorista mais sanguinário que tinha”. O presidente negou que o pai de Felipe tenha sido executado pelas forças armadas.
“Ninguém duvida que havia ‘justiçamentos’ de pessoas da própria esquerda. Quando desconfiavam de alguém, simplesmente executavam”, afirmou o presidente. “Essa é a minha versão, do contato que tive com quem participou ativamente do nosso lado naquele momento para evitar que o Brasil se transformasse numa Cuba.” Completa Bolsonaro.
O responsável pelas investigações de mortos e desaparecidos na ditadura militar, no relatório da Comissão da Verdade, não há nenhum registo de que Fernando tenha participado de uma luta armada.