Jair Bolsonaro: não tem como o Brasil alimentar o mundo sem agrotóxicos
O presidente Bolsonaro diz que os novos pesticidas que foram recentemente aprovados pelo governo serão usados no lugar dos antigos
Nesta quarta-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que os novos pesticidas aprovados pelo governo serão utilizados para substituir os produtos antigos. Bolsonaro ainda destacou que é impossível o Brasil alimentar o mundo sem a utilização de agrotóxicos.
Em entrevista coletiva após sair do Palácio da Alvorada, Bolsonaro ainda afirmou que é contra qualquer tipo de aumento de impostos. Além disso, o presidente disse que possui a intenção de diminuir a carga tributária.
Número de agrotóxicos aprovados pelo governo totalizam 262
Os agricultores deverão obedecer a algumas orientações
Foi aprovado nesta segunda-feira (22), pelo Ministério da Agricultura, mais 51 agrotóxicos, atingindo um total de 262 no ano de 2019.
Um dos agrotóxicos que teve o registro publicado foi o princípio ativo sulfoxaflor, utilizado para controlar pragas como mosca-branca, pulgão e psílideo. Esse e mais 6 agrotóxicos fazem parte de produtos formulados, ou seja, estão à venda em lojas de insumos agrícolas.
Para que seja utilizado nas lavouras do Brasil, os agricultores deverão obedecer a algumas orientações estabelecidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA).
Dentre as orientações está, por exemplo, o estabelecimento de dosagens máximas do produto e de distâncias mínimas de aplicação em relação à borradura para a proteção de abelhas não-apis e a redução de aplicação em períodos de floração das culturas. As restrições constam no rótulo do produto e variam de acordo com cada cultura e ingrediente.
Registro do sulfoxaflor
O ingrediente ativo sulfoxaflor foi registrado como produto técnico no fim de 2018 e o produto formulado aguardava a avaliação final das autoridades ambientais. Após passar por consulta pública, teve sua aprovação pela ANVISA e pelo IMBAMA.
Segundo a Instrução Normativa (IN) nº 02/2017, do IBAMA, para que haja novos registros defensivos no país, deve-se condicionar à “apresentação de informações que permitam o uso adequado desses produtos, sem efeitos que comprometam a sobrevivência, a reprodução e o desenvolvimento das abelhas não-apis”. O IBAMA foi a primeira autoridade regulatória de pesticidas no mundo a realizar a avaliação de risco para abelhas não-apis.
Herbicida
Dentre os sete produtos formulados registrados nesta segunda-feira, está um herbicida à base do ingrediente ativo florpirauxifen-benzil. O produto técnico teve sua aprovação em junho.
O produto formulado à base deste novo herbicida poderá ser usado para controlar as plantas daninhas na cultura do arroz.
Além dos sete produtos formulados, ainda tiveram o registro aprovado outros 44, que fazem parte dos produtos equivalentes (genéricos de princípios ativos já autorizados no Brasil).
Como é feito o registro
Para que os pesticidas sejam registrados, devem ser avaliados e aprovados por três órgãos: O Ministério da Agricultura, que analisará a eficiência agronômica, a Anvisa que analisará os riscos à saúde humana, e o Ibama que avaliará os impactos ao meio ambiente.
O objetivo do aumento dos registros no Brasil é para aprovar novas moléculas, menos tóxicas e ambientalmente corretas, para que possa substituir os produtos mais antigos. Para isso, contam com “medidas desburocratizantes” para acelerar os registros.