Crianças são rastreadas por relógio rastreador com chip
O relógio indica com quem e onde a criança está
A analista de sistemas Rebeca Paiva Bahia, consegue de seu trabalho acompanhar o que a filha da 4 anos está fazendo, seu trajeto e saber se ela já chegou na sua aula de inglês ou matemática. A analisa também consegue falar com a filha sem que ela precise de um celular. Isso tudo é feito através de um relógio rastreador infantil. Produto na qual tem sido apresentado como um lançamento do ano, por lojas online de produtos importados.
Os relógios infantis funcionam com um chip de celular e os pais têm que instalarem um aplicativo de celular para poderem usar as funções de ligar e rastrear, alguns modelos possuem até mesmo a opção de ouvir conversas ao redor da criança.
Rebeca comprou o produto para a filha em maio deste ano e está satisfeita. “Ela faz atividades no horário da tarde e já deu para ver que tem um poder de dar segurança. Trabalho e passo o dia inteiro longe.”
O dispositivo permite que acione os responsáveis em caso de risco. É também uma forma de manter contato com a filha sem que ela precise estar carregando um celular. “Ela não teria maturidade para ter um celular, pela idade. Talvez soubesse mexer, mas seria fácil alguém levar (o aparelho) dela.”
A procura pelo aparelho
Michel Trovão, proprietário da Loja Eletrônicos Brasil, após fazer pesquisas de mercado, começou a vender o produto e que havia demanda. “Foi uma aposta e, realmente, uma escolha acertada. Temos mais de 700 unidades vendidas. Chegam muitas perguntas e mensagens no WhatsApp.”
Segundo Michel, seu maior número de clientes é formado por pois que de crianças entre 4 a 10 anos de idade. “É um relógio infantil. Um dos modelos tem joguinhos. O pré-adolescente e o adolescente não vão querer usar. Os pais compram para saber onde o filho está e para se comunicar com eles.”
A bateria dura entre 1 e 3 dias, dependendo do uso. A carga do aparelho é feita através de cabo USB e pode custar até R$ 200,00.
Europa
Na Europa o rastreador é polêmico. Visto que, o Conselho do Consumidor da Noruega realizou testes em vários desses modelos e achou falhas de segurança, como por exemplo a possibilidade de invasão. Isso ocorreu em 2017 e os fabricantes do aparelho na época afirmaram que as falhas haviam sido o corrigidas. No mês seguinte uma empresa alemã proibiu a venda.
Diogo Cortiz Coordenador do curso de Design de Interação da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), explica que os relógios rastreadores integram uma tendência, que são as tecnologias “vestíveis”. “Uma preocupação que temos é com a segurança e a privacidade.”
E a invasão não é o único risco do aparelho. “Tem a clonagem e a perda ou furto do celular dos pais, fazendo com que outra pessoa tenha acesso a informações sobre as crianças”, afirma Cortiz.